terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Noite Feliz

Um ano se passou e meu desejo ainda é o mesmo. Um abraço forte teu de feliz natal depois de cantar a mesma 'Noite Feliz' desafinada de todos os anos, acordar contigo aqui do meu lado e entregar teu presente ainda na cama enquanto eu rio da tua cara de sono. Nessa época do ano eu abuso do clichê e fico te pedindo pro Papai Noel, fico cantarolando mil canções e torcendo para algo acontecer.
É que eu gosto de você, entende?
É um gostar que começou engraçado, sem eu ter noção do teu corpo, te gostando de longe, te amando aos poucos. Aí depois de provar de nós, era como se eu soubesse que ali no meio do teu abraço era o meu lugar. Hoje eu sei que não importa o tempo que eu fique sem te ver, podem ser dias ou semanas, aconteça o que for. Quando tu estiveres na minha frente e abrires os teus braços, eu ainda pertencerei ali, encaixarei ali.
Fica tranquilo, não tem pressa, não precisa ser agora, nem amanhã. Só quero viver tudo isso um dia, sem fazer todo esse esforço sozinha. Sem ser esse cabo de guerra pela tua atenção.
Só quero caber no teu abraço e ficar ali até a hora de dizer tchau, até logo, feliz natal.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Tua Batida

Não me deixe só na noite de hoje,
Pois quero ser tua mulher.
Deite comigo que te faço um carinho
Enquanto você me toma de jeito
Numa cama qualquer.

Me faça ser sua,
Que eu fico até nua pra você me enxergar.
Só não me deixe solitária,
Vendo outros se amando
Enquanto de longe eu assisto o teu batucar.

Me morde,
Me aperte,
Me desperte.

Como se só tivéssemos
Essa noite,
Essa chance e
Essa música antes do show acabar.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Blues e tango

O homem trazia nas mãos um violão e no peito um coração partido. Eu não consegui identificar o que ele cantava, em meio ao choro e soluços, mas era acompanhado por uma melodia triste. Típica de um pé na bunda. Eu conhecia bem a tal trilha sonora, de outros carnavais. Tinha um quê de Chico, misturado com tango e toda a tristeza de uma alma solitária. A cada passo que o levava para longe trazia o blues para perto. Antes da voz sumir, ouvi um grito de dor; quem é mais sentimental que eu?




Obrigada  pelas 6 mil visualizações!
Vocês me fazem muito, muito feliz!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Que merda

Queria acordar amanhã e ver no nosso histórico que a mensagem não tinha sido enviada. Que eu não tivesse dito a palavra errada e estragado tudo. Agora eu fico encarando aquela frase ridícula que eu falei e torcendo  para que você me entenda e talvez desculpe. Eu não sou muito boa com isso ainda, nem depois dos trotes que a vida me deu. Vai, esquece o que eu falei e volta lá onde a gente se queria bem, se dava conselhos e falava de amores como se eu e você tivesse sido sempre assim. Essa amizade bonita, em que a gente se encontrou no meio do caminho e a partir dali eu registrei tudo na memória. Como eu posso, com essas minhas palavras impensadas botar tudo a perder? Eu quero conversar, eu sempre quis. O problema é que eu ainda não sei o que dizer, nem tenho nenhuma frase pronta pra me ajudar a explicar o que tá acontecendo entre nós. Agora fico me sentindo culpada, por ter estragado algo que ainda nem aconteceu.

Que merda, foi a última coisa que tu falou.
Enquanto eu fico aqui, esperando o sinal de mensagem não enviada,
 pra corrigir a merda que eu fiz.

sábado, 3 de novembro de 2012

Eu não sabia mais que horas eram, acho que já passava das sete e eu ainda te observava dormir. Os seus cabelos curtos permitiam que eu visse seu rosto por completo, iluminado pelas cores de um sol que já brilhava lá fora. Era nítido que você estava distante em um sonho bom, colecionando memórias de noites que poderíamos ter tido e até hoje eu não te contei, mas naquele momento você sorria. Então eu mergulhei também, num mundo de perguntas e de coisas que eu deveria ter feito e dito.
Enquanto você dormia eu pensava em tudo o que havia acontecido na noite passada. Te falei baixinho, que teus lábios tem gosto de novidade e me dão sede; que teu beijo é um ponto de equilíbrio entre doce e voraz; e que tu beijas com a intensidade do sol na mais quente tarde de verão. Eu disse também que nunca me importei em ser essa pessoa desajeitada que fala coisas inapropriadas, chora e ri ao mesmo tempo e se entende melhor na bagunça do que num mundo cheio de divisórias. Se eu pudesse voltar aquela noite, te roubaria um beijo a mais, te tiraria a roupa enquanto aquele teu sorriso malicioso surgia mais uma vez no canto da tua boca e observaria tuas bochechas coradas, entregando teu prazer.
Eu me aproveitei do teu sono pra te falar o que eu nunca conseguiria com você me olhando nos olhos. A cabeça cheia não me deixou dormir, mas também não achei justo ficar ali te olhando, invadindo teu sono e sonhos. Por isso te beijei o rosto e parti, sem me despedir.
Hoje, cada lembrança aumenta a saudade e aperta meu confuso coração. Cada sonho que te traz, traz também a eletricidade da tua pele na minha, do teu corpo no meu. A cada mergulho que eu faço, me afogo no desejo de voltar no tempo e reviver tudo o que passou e talvez até construir novas memórias equanto te observo dormir mais uma vez.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Daquilo que eu te peço


Quem sabe foi aí que eu errei, em te avisar que eu tava entrando e te pedir permissão. Vacilei ao perguntar se podia te chamar de amor, ou segurar por um instante na tua mão. Talvez teria sido certo contigo se eu tivesse chegado, assim que nem você, e apoiado os pés em cima dos teus joelhos e usado do teu coração bom. Tivesse te chamado de meu, de outros mil e vinte oito nomes e então esquecido de te ligar numa noite de jogo. Talvez se eu não tivesse te contado minhas histórias de infância, não tivesse falado do sonho em que você apareceu pela primeira vez e das manias da minha irmã, você acharia mais graça em mim e marcaria um jantar à luz de velas. Talvez os e-mails tenham sido muitos, as mensagens compridas demais e o meu falatório repetitivo e enjoativo, te impedindo de se deixar cativar. Ou talvez mesmo, tu goste de tudo isso, nesse teu jeito estranho de ser e gostar e não demonstrar. 
Desisti de entender, só não desisti de você.


"Quando eu te peço um pouco é porque eu quero tudo que pode me dar
Quando eu te peço pra esquecer é porque eu quero te fazer lembrar de tudo que passou
Quando eu te digo que eu não penso é porque eu não paro de pensar
Quando eu tento me esconder é porque eu só quero te mostrar o que eu ainda sou..."
(Segunda feira - Rodrigo Tavares)

sábado, 1 de setembro de 2012

Eu voo em um tempo que não tenho,
não tive,
mas espero ter um dia. 
Para poder beijar os lábios que eu não beijei. 
Culpa da distância, do destino e suas ironias. 
Eu sei que há algo reservado para mim e que não tem jeito de interferir, se for pra ser, será! 
Mas hoje (e sempre) eu rezo, para que ele seja a minha reserva, porque sem ele será difícil continuar.

Blumenau, 25 de Novembro de 2011.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A sós


Não quero mais fazer promessas para alguém que não me prometa ficar. Alguém que não segure minha mão, não venha me ver, não mande mensagem de boa noite, não me aguente num dia de hiperatividade ou me faça dormir em meio a uma ligação infinita. Eu não quero mais me desgastar, não quero mais sofrer repetidas vezes pelas mesmas coisas, não quero mais me chatear e engolir sapo toda vez que ouço algo que não gostaria.
Eu cansei, pela milésima vez, me esgotei.
Então nem chega perto, se não for pra me acordar com risadas numa manhã de chuva. Não me diz que vai vir, quando você fica mais distante a cada dia. Não me faz feliz se não for pra ser nós. Só me abraça pra deixar meu coração perto do teu e afastar o frio, o medo.
Promete que não vai me abandonar aqui sem um pedaço de mim, sendo mais um talvez na tua vida, não sabendo se amanhã você vai me esquecer, aumentar a distância ou então me dedicar uma poesia ou mais uma canção.
Eu te peço, por favor, não me deixe só;
se não for pra ser só com você.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mais do mesmo

Eu sempre desejei que tudo fosse mais fácil, mais simples, mais do mesmo.
Queria muito que as tuas respostas para as minhas perguntas, fossem exatamente aquilo que eu quero ouvir e não o que eu sei que você vai me dizer. Queria que tu batesse na porta, dizendo que não aguenta mais de tanta saudade e que precisava do meu abraço tanto quanto precisa do ar para viver. Queria ser, depois da tua mãe, a mulher mais importante para você. Aliás, queria ser vista como uma mulher e não como a menina que tu insistes em dizer que sou. Queria que você risse do que eu falo, quando fosse algo que tivesse graça e que na hora de falar sério você me entendesse. Queria saber conviver com a tua ausência, indiferença e a distância. Queria poder dizer que eu não ligo, que não espero de verdade por tudo aquilo que eu já falei, por mais contraditório que isso possa parecer.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Liberdade emocional

Deixamos de ser duas pessoas que não passavam um dia sem se falar, para sermos praticamente estranhos que se falam seguindo um protocolo. A intimidade que um dia existiu hoje beira o constrangimento que é tocar em qualquer assunto que envolva eu e você. Nem apelidos, lembranças, piadas que costumavam ser tão nossas nos salvam dessa falta de envolvimento atual.
Então eu te esqueço por partes. Deixo teus dedos deslizarem para longe dos meus pouco a pouco, dia após dia. Te boto pra fora como a nuvem de fumaça de um cigarro que eu nem sei porque ainda está aceso. Me previno da tua presença como me protejo de uma epidemia. Meus olhos mal conseguem te enxergar pelos cantos da casa, como costumava acontecer. Apesar de a chuva insistir em molhar meu rosto vezenquando, já não me sinto mais triste por cada lembrança que escorre junto com as lágrimas pela minha face. Não me chateio mais, não me emociono mais e nem quero.
Assim como não queria ver, tudo aquilo que construí à distância desmoronar, sucumbir e se transformar em mais um divórcio com separação de bens. Em que eu sempre fico com as lembranças marcantes e você com aquelas que logo se juntarão com as remotas memórias da infância ou traumas da adolescência. Onde eu guardo tudo embrulhado em papéis de seda e tu amontoas tudo num canto empoeirado.
Não quero mais ser, só não esperava que não ser mais nada seria tão significativo, real, possível e dolorido.
Chove lá fora, uma chuva dessa que lava a alma e carrega tudo o que é vazio de amor. Eu deixo a chuva encharcar, inundar, purificar e te levar para longe. Para junto de tudo aquilo que você fez questão de esquecer, ou fingir que não aconteceu. Eu não sinto mais vontade de chorar, de correr em tua direção, de te implorar amor. A chuva me libertou, como eu nunca imaginei que ela pudesse.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Eu insisto

No fundo sou romântica. Dessas bem água com açúcar, mãos dadas, corações entrelaçados e caminhos cruzados. Sou dessas que espera um príncipe encantado para me despertar desse pesadelo que é viver uma vida sem amor. Do tipo que pede a Deus em toda prece para que a solidão dê lugar a uma vida de alegrias e descobertas, ao lado de alguém que me ame e me ensine a amar. Eu não acho que ninguém seja bom demais ou ruim demais que mereça viver só, sem amor ou carinho. Qualquer maneira de amor vale a pena. Foi o que aprendi ao longo dos meus (poucos) 19 anos, e mesmo achando que não vivi tudo, acredito que já presenciei muitas formas de amor. Amor que espera, amor que dói, amor que não se explica, amor sem barreiras, amor que fica, amor que se vai, amor que acabou de começar, amor prestes a acabar, amor sem limites, amor-próprio, amor de irmão, de amigo, de amante, de cristão, de pagão, amor demais, amor de menos, quase amor. E mesmo tendo visto de um tudo e mais alguma coisa, eu não desisti. Porque se o Pai do céu me fez como ele, e ele é amor: eu sou amor, me alimento de amor, respiro amor, insisto no amor e não vou desistir, não sem tentar mais uma vez.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Outro alguém

Eu pedi para ele ficar um pouco mais comigo. Já que com ele perto, eu não penso tanto em você. Eu pedi mais uma, duas horas, ou uma manhã inteira na companhia dele. Na esperança do fim da saudade e da espera infinita. Não que eu não goste dele, mas até agora ninguém foi bom o suficiente pra substituir você. Talvez por isso eu reze, todo dia para ter você por perto ou então para encontrar alguém, que me faça tão bem quanto você me faz e me queira tão bem quanto você me quer. Um cara assim como você e talvez como ele também. Alguém que possa ocupar esse lugar que meu corpo insiste em reservar para ti e que me transborde. Alguém que alimente essa fome de andar de mãos dadas, dormir abraçadinho, deitar lado a lado só para olhar as estrelas e me ame, sem esperar menos do que reciprocidade, menos do que eu mereço, menos do que eu preciso.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Feliz todo-dia-é-dia-de-amar

Feliz daquele que não precisa de data comemorativa para dizer que tem carinho, que ama, que sente saudades. Feliz é quem diz isso todo dia e é retribuído. Feliz, é aquele que tem mais do que um obrigada como resposta e que recebe um "eu também" ou um "abre a porta, vim te ver" como presente. Feliz de quem se dá conta, do tamanho da responsabilidade que é ter o sentimento de alguém em suas mãos e ainda assim sabe dar valor e a devida atenção que o outro merece. Feliz de quem ama sem esperar ser amado, mas é, e isso para ele basta.
E não vem me chamar de mal amada, que não vai colar.
Porque também é feliz aquele que se ama e sabe a hora de se colocar em primeiro lugar.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Caçador de borboletas

Com a mais doce voz ele me pergunta se eu estou bem e por um instante as borboletas ameaçam sair pelos meus olhos em revoada. Eu não sei mentir pra ele, até porque ele parece sempre saber de tudo, então digo a verdade, que não sei o que eu tenho mas certamente são sintomas de saudade.
Não sei se ele me leva a sério, ou se no fundo acha que tudo o que eu digo não passa de uma grande brincadeira. Algo na voz dele me faz acreditar que ele brinca para disfarçar, assim como eu falo besteira para camuflar as borboletas que escorrem pela minha face risonha e manhosa, mas nada me dá uma certeza que sustente minhas teorias.
Tudo o que ele faz parece ser um teste, do que eu sinto e do quanto eu sinto. Às vezes não acho nem justo o jeito como ele vem na mais suspeita das intenções com seus empurrões, cutucões e psius. Finge que não, mas quer minha atenção a qualquer custo e pra isso implica, judia, tira sarro de mim. Até mesmo quando eu ivento que eu o odeio e lhe prometo surras, beliscões e mordidas. Ele insiste em achar graça, me desarma, fazendo um sorriso se abrir em meu rosto enquanto sossega as borboletas todas aqui.
Nesses dias em que ele vem com seus questionamentos, chacoalhões e gracinhas por um momento eu até chego a pensar que ele se importa realmente. Em ser ou não dono dos meus textos, sentimentos, aborrecimentos e alegrias. Posso dizer o mesmo de quando ele vem, me chama na janela e canta as suas músicas que diminuem a distância e que eu acabo cantarolando por dias. Nem ouso relatar a reação do meu corpo às suas ligações, independente do assunto que ele venha a falar. Mas que ele me faz bem, mesmo assim de longe, não posso negar.
É por culpa dele que eu olho bem mais para o céu do que eu costumava olhar para o chão. Por culpa dele meus sorrisos passaram a ser involuntários, as horas infinitas, as músicas tem mais significado, escolho minhas palavras com mais cuidado e o sul até passou a ser um lugar mais agradável. Eu posso não saber tanto quanto ele, mas alguma coisa mudou apartir do dia em que eu bati os olhos pela primeira vez nele e a culpa é toda dele (e minha também).
Entretanto, ele que costuma saber de tudo não sabe ainda, mas gosta muito mais de mim do que imagina e eu conto os dias para vê-lo vir até aqui caçar as minhas borboletas, para libertá-las e enfim uní-las às suas.

Under The Bridge

Enquanto o sol se põe eu perco o sono.
Enquanto o sol dá espaço à lua e às estrelas eu dou adeus à saudade e à distância.
Porque é à noite que eu posso sonhar com ele e enquanto não é dia nós podemos existir.


Enfim toda aquela história de dormir para sonhar não parece mais ser má ideia.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Não sei nadar nesse mar de afeto

Ele tinha olhos da cor do mais puro oceano, que me convidavam a mergulhar. Eu arrisquei molhar um pé para ver se o mar frio me esperava, mas me surpreendi com o calor das mãos, dos abraços, da voz e das palavras. Que como a correnteza me levavam cada vez mais para o fundo. Onde eu me vi, tão imersa em um oceano desconhecido, num mundo que não era o meu mas que me prometeu que seria, se eu arriscasse mergulhar.


Hoje meus olhos se afogam num mar de lembranças
e eu me culpo por não saber nadar.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Cor-de-vida


Ele é um desses caras que de longe se vê que está precisando de amor.  Confesso, dá até vontade de se aproximar e lhe oferecer, como quem não quer nada um pouquinho de afeto e um tanto de carinho. Ele sempre me passou a imagem de ser um cara desses que faz mal para uma garota como eu, desses que pega o amor, vai embora e faz graça da entrega e da devoção. Agora já não o vejo assim, acho que seus olhos que insistem em ter cores tão lindas, não me deixam duvidar da minha intuição. Mesmo se fossem uma armadilha, esses olhos cor-de-vida, eu não escaparia...
Ah, por quê?

É que eu sempre fui uma dessas meninas
que de longe se vê
que está precisando amar.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Mentos e cigarro.

Eu posso jurar, mesmo com a distância dos nossos lábios, que ele tem gosto de mentos e cigarro. Apenas pelo olhar de cores frias eu posso sentir o calor de suas mãos e o conforto do seus braços. Mas no meio de tantas pessoas de discursos feitos, eu me vejo mais uma vez sem saber o que falar. Por medo de ser aquela menina que fica sem assunto eu me encontro aqui calada, como uma espectadora de pessoas que escolhem suas roupas e perfumes e esquecem de dar a mesma atenção para as palavras que cospem e vomitam umas nas outras. Eu não falo, não em alto e bom tom, mas posso jurar que ele nota meu olhar, que grita (e procura) por ele. Porque cada vez que meus olhos de terra e fogo se encontram com os de céu e mar dele, o mundo sacode e ele sorri. Só para me mostrar que ainda é aqui o melhor lugar para se estar e que de nada vale viver com a alma distante e o coração nas nuvens. Não sei bem porquê mas esse menino-mar (de palavras doces, mãos quentes e braços como laços) vem inundando meus pensamentos e o relógio mal respeita a maré e a faz ser cheia o dia todo, o tempo inteiro. Eu luto contra a vontade, de verificar se minha suspeita tem fundamento e unir meu lábios aos dele, mas esse jeito dele acalma minha pressa e me dá tempo só para observar.

Mas eu poderia jurar que ele tem
gosto de verão,
mentos e cigarro.

terça-feira, 20 de março de 2012

A janela da fala

Março veio e minhas palavras foram tão poucas, tão roucas, tão tímidas. Eu esperava saber o que dizer, quando dizer. No fundo eu sempre achei que você soubesse, meu bem, o quanto eu gosto de você. Soubesse da importância de cada sonho, de cada palavra e também do peso de cada ausência sua. É difícil conter o saudosismo quando eu me abro assim e viro verbo e sentir e linhas tão cheias de sinceridades escritas especialmente para você. Hoje no lugar onde tua janela costuma ficar, existe um buraco quando você não está. Moldura sem quadro, arco sem porta e todas aquelas coisas que sozinhas não fazem sentido. Sozinha eu não faço sentido. Prefiro (contigo) as implicâncias, as graças e os nossos desajeitados diálogos ou silêncios nada constrangedores. Silêncios que dizem o que eu cansei de dizer e também tudo aquilo que não precisa mais ser dito. Mês que vem, talvez eu fale do tamanho do sentir. Porque as semanas se passaram e eu nem pude te contar de como eu sinto falta dos teus braços que se encaixam perfeitamente aos meus, dos teus beijos que tem gosto de paraíso e do teu riso que intensifica e completa o meu.

Mês que vem talvez eu fale... É, talvez ...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Tolices


Maldito seja o dia em que te conheci. Tua voz encantadora, teu rosto lindo, doce e impecável feito um santo. (?) E falando em santo, baita milagre esse dos santos que se batem e do possível amor à primeira vista. O problema é toda essa urgência que vem junto com o tal do amor e é triste o ponto onde eu ainda me pergunto porque raios comecei a gostar de você. Coração engraçado esse meu, confuso, sonhador e nonsense. Pudera eu não beber tanto a ponto de confundir as ideias, distorcer a realidade e misturá-la com um sonho que parece não ter fim. Não são raros os momentos em que eu me pego desenhando corações e fazendo planos para um futuro que não me pertence. Eu me sinto tola, assim de colo vazio, com todo esse espaço que pouco foi teu, me sufocando. Essa presença de você em tudo o que eu faço, tudo o que eu vejo, em tudo o que eu sinto.  Eu sinto tanto, uma saudade absurda, uma falta imensa, um carinho sem limites e uma esperança infinita, mas e você?


Notas de carnaval: Bloco do Eu (fico tão) Sozinho

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Socorro do sentir.

Eu não sinto mais nada. Nem amor, ou carinho, ou ódio, ou ciúmes, muito menos saudades. Meu coração não é exatamente o melhor lugar para se estar agora. Faz frio, mesmo com o calor que insiste em tentar derreter a geleira que hoje é o meu sentir. Eu me sinto perdida. Como se meu porto agora não fosse mais nem seguro, nem alegre e eu não soubesse o meu lugar no mundo. Tão ruim, esse vazio de mim mesma. Eu nem sei mais como era viver de excessos, com tudo de sobra. Não sinto mais, não lembro mais, eu sequer faço questão. Mas eu preciso muito, desse tempo só, desse tempo meu. Tempo para me reecontrar, me reanimar, me resgatar, ou quem sabe, ressuscitar.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nem amor ou reação.

Vê-la com outro incomodava. Horácio nunca admitiria, mas era uma tortura diária vê-los juntos. Por ironia o acaso parecia favorecer esses encontros desconfortáveis. Era esquisita a sensação que aquela visão lhe causava, a pontada na boca do estômago e o ardor nos olhos. Era estranho ver as mãos dela nos cabelos daquele desconhecido, o rosto bem próximo falando carinhosamente algo em seus ouvidos enquanto ele acariciava suas costas. Quando ele se deparava com tal cena os reflexos lhe escapavam, mal sabia controlar as pernas para tentar ir na direção oposta e a coordenação motora era quase nula fazendo com que esbarrasse e tropeçasse a cada dois passos. Chamá-lo de patético diante deles era gentileza. Era ridículo o quanto Horácio sofria em silêncio, como fingia um sorriso amarelo ao ser percebido pelo apaixonado casal, como chorava ao dar-lhes as costas. Mas ele sabia que um dia aquele sofrimento todo iria passar. Aliás, tinha cer-te-za. Porque se ela era capaz de esquecê-lo e econtrar um novo amor tão facilmente, Horácio também seria.

Já passou, você.

Hoje eu descobri que eu superei você, nós e tudo o que se passou. Foi uma sensação boa. Eu descobri também, que eu não precisava te substituir pra poder ser feliz sem você. Então eu me fortaleci na tua ausência e hoje eu sou melhor, gosto mais de mim. Por isso eu queria te culpar por tudo e aproveitar para te agradecer. Se não fosse você eu não teria essa minha cabeça, não teria sentido essas coisas, não escreveria sobre elas e eu não seria essa pessoa que agora eu sou. Você pode até dizer que tudo o que eu escrevi nunca serviu (e nem vai servir) pra nada, eu não ligo mais. Eu cheguei ao ponto de pensar que o problema era comigo, mas hoje eu sei que é você o problemático. Você não sabe ser fiel nem mesmo com aquilo que fala, com aquilo que você sente e por isso você vive se contradizendo. Reforçando cada vez mais a minha teoria.
O que passou, passou e enfim posso falar de coração aberto sobre o quanto espero que você seja feliz, cresça, aprenda a reconhecer seus erros e que erre menos. Eu superei você, agora é a sua vez de se superar.



Eu vivo encontrando rascunhos e textos 
que nunca dei  a chance de serem lidos,
culpa da dor que eu sentia e parecia infinita
mas agora já faz tempo que não dói mais. 
Então compartilho com quem merece ler,
 vocês.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Contigo, ou não.

Eu fico braba comigo contigo, talvez por uma boa razão ou talvez só por pensamentos bobos, imaturos, sem fundamento. É que eu já sofri, deixei de viver muitas coisas por medo e afastei pessoas por conveniência. Não sei nem, se sei como é que funciona depois que a paixão passa (ou amadurece) e tudo começa a virar rotina, ou aquela palavra de quatro letras que eu me recuso a usar. Até porque não cheguei até lá, nunca, nenhuma vez. E me falta isso, esse sentimento de verdade, por inteiro. Sinto que me falta experiência, tato e um tanto mais de dor. Pra eu deixar de me sentir tão menina, tão sozinha e tão livre. É que essa  liberdade assim em excesso, me assusta! E o frio, que eu jurei por tanto tempo detestar, hoje faz morada em meu coração (ao invés de minha barriga). Enquanto eu, tropical como sempre fui, insisto em usar o aquecimento global e outros fenômenos climáticos como desculpa. A verdade é que eu sou esse caos e me acostumei a viver assim. O que me incomoda profundamente é a calmaria desse sentimento novo, que veio sozinho e sem aviso prévio. Ele me assusta ao mesmo tempo que me fascina. E de repente eu quero mais, quero chegar à próxima etapa e ir passando as fases todas devagarinho, que é pra eu aprender, que é pra eu viver, que é pra eu crescer e me envolver. Com ou sem você.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A mil

Me falam, deixa rolar, dê tempo ao tempo. E eu fiz o mais difícil, te esperei. Até ontem quando te vi. Na hora do abraço fiquei com medo que pudesse sentir meu coração a mil. Então soltei, já que uma vergonha incontrolável tomou conta de mim. É esse embaraço que tua presença traz, reação um tanto quanto nova, confesso. Se você pode mesmo ler minha mente, não sei, mas se pudesse veria que tudo o que procurava naquela hora era algum lugar que eu pudesse me esconder e fugir. Da conversa, da tua ausência e do final daquilo que mal começou.



 Palavras compartilhadas com a doce Stefanie Piaskowy.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

História de verão, mas na verdade não.

Eu soube, assim que ele me puxou para o abraço (um abraço que preenchia qualquer vazio que pudesse existir entre nós). Assim que senti seu coração batendo forte e sincronizado com o meu. Ele pediu que eu me acalmasse, tentando disfarçar o próprio nervosismo. Eu sabia e ele sabia que eu tinha conhecimento disso. Ele sabia que não era só um abraço, mas sim um laço que eu insistia em apertar (Ele sempre sabia tudo. Sabia antes mesmo que eu pudesse entender. Sabia por saber. Sabia por que era óbvio demais). A pressa da boca dele na minha foi tanta que lhe roubei um beijo tímido - esquecendo de toda aquela gente ao nosso redor - e ele o retribuiu. Confirmando todas as minhas suspeitas do efeito do afeto, dos abraços, de seu olhar e dos lábios (um conjunto incrível! Como se as ações transformassem tudo em resto e o resto ficasse fora do nosso alcance). Um temporal de emoções, uma vontade de chorar, de gritar e de rir - tudo ao mesmo tempo. Sendo quem sou, eu ri da barriga encostada na minha, do bigode varrendo minha face e da mania que ele tem de me ler sem me deixar dizer uma só palavra. Mas meu riso só fica completo mesmo, quando ele ri comigo, de mim e por mim. Quando ele me chama de pipoca e diz que não consegue me ver murchinha (e esse é só um dos tantos fofos apelidos). E ri da minha manha, das batidinhas frenéticas dos meus pés no chão, dos meus olhares perdidos ao relógio e das minhas tentativas frustradas de fazer drama (e ri também das manias que adquiriu estando comigo - as batidas em ritmo dos dedos da mão na mesa, o jeito desajeitado de mexer no cabelo, a careta aprimorada de ciúme escancarado). E me chama de So e faz a So-rir, até a bochecha doer e as lágrimas escorrerem. Ele faz minha felicidade transbordar e a transforma em riso e texto e melodia; e nos braços dele eu me permiti ser menina, mulher, pequena e ainda tão grande quanto o tamanho do desejo (Me permiti ser alguém que ninguém mais conhecia. Alguém de corpo, de alma. Alguém que eu só era entre as quatro paredes do meu quarto). São pequenas coisas, assim, que me fazem querer ele tão perto. Que me dão coragem, vontade e ânimo pra seguir a minha vida aqui enquanto o destino decide por nos juntar ou deixar como está. Ele me faz acreditar em todo aquele papo (que eu já não mais acreditava) de gostar de alguém por quem sou quando estamos juntos. Porque quando estou com ele eu sou melhor, sou mais sincera, mais espontânea, mais amável, mais humana, mais e mais dele. Já nem consigo disfarçar o sorriso que minha alma dá toda vez que ele vem e se faz presença e brisa e refresco, no meio de todo esse verão (canção, ação, sorrisão, beijão, paixão). Que digo agora: será pra sempre nosso.



Doces palavras escritas junto 
com minha querida amiga 
Andréia Breiter.
Você pode ler o blog dela aqui.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Um mar de perguntas

Mergulho no escuro na fuga da insanidade. Busco a loucura como quem procura sua própria forma de liberdade. E em tese eu me prendo às coisas assim como palavras ao vento; e aquilo que me liberta é o que me aprisiona; o que me sacia é aquilo que me devora; e o que me lembra é exatamente o que eu me esforço para esquecer. Para onde se foge quando se está cercado por armadilhas? Como ainda se escolhe amar quando ignorar é tentadoramente mais fácil? Quem responde as dúvidas do mundo quando as respostas parecem não ter mais valor? Eu sei, que sei tão pouco ao ponto de me considerar uma amante das perguntas, fugitiva das respostas, analista de mim mesma. Quase me pego a acreditar que sou tão amável quanto pareço, tão segura quanto soo, tão pé no chão quanto espero. Talvez por isso eu viva dos paradoxos de meu eu; da contraditoriedade dos meus sentimentos; das dúvidas que alimento aqui dentro. Dúvidas que eu não espero obter respostas, que não espero que me levem a lugar algum que não o oceano de meu ser.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Cor de mundo

As gotas caem do céu com certa pressa e pesam nas folhas verdevivo da laranjeira. As gotas vem, como beijos do céu à arvore do meu quintal. E eu com minha nova mania corderosa de ver o mundo, chamo a chuva d'uma declaração de amor, do criador à criatura.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A calma da minha alma é você

Canta aqui no pé do meu ouvido, canta, que a saudade já é tanta. Me convence de mansinho que o universo conspira, pra fazer a gente acreditar. Me ama, me deixa sem graça, me faz perder o ar. Todo tempo do mundo é pouco pra te ter, infinito pra te esperar. Me chama e deixa que eu te ame. Até o sol nascer, até a lua brilhar. Acalma essa alma inquieta, carente e manhosa que eu tenho. Me aninha em teus braços e então me assiste sonhar. Porque eu estarei sonhando contigo. Embriagada por teu perfume de homem, de amante, de tratante. Só me acorda quando for a hora de pela mão me pegar e me levar pra longe, pra sempre ou pelo menos por um instante.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Sem vergonha e sem jeito

Eu sei, de todas as minhas vergonhas. Tu sabes também. Ainda assim eu me despi, tirei cada peça de jeito até que não me sobrasse nada. Nem a lembrança de um tempo, em que a distância teimava nos separar.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Impermeável

Eu tenho essa fantasia de ter aquele corpo esticado, relaxado ao lado do meu; e de receber carinhos daqueles lábios emoldurados por um distinto bigode. Entro na banheira pensando nisso, escorrego em meio a água de olhos fechados, a respiração presa numa tentativa falha de afogar meus pensamentos que ameaçam tornar-se sujos, sórdidos, ninfomaníacos. Sou interrompida por minha mãe, que invade o banheiro e traz em mãos algum tipo de máscara facial, argila mineral o que quer que seja; e sem demora vai espalhando a pasta em meu rosto, enquanto eu fico ali estática esperando alguma coisa acontecer. Ela sai e eu volto a mergulhar, molho o rosto e esfrego, tentando tirar a lama. Mas a sensação é de que ela já entrou em meus poros e se apropriou de mim. É incrível, ainda nem saí do banho e já me sinto mais suja do que quando entrei. Ligo o chuveiro e uso um bom tanto do sabonete líquido tentando sentir-me mais limpa, livre dos pensamentos que parecem me perseguir. Saio do banho, me preparo para deitar, puxo então a coberta e sinto repulsa ao ver as flores do colchão através do lençol gasto e amarelado do hotel. Uma vez deitada me pego analisando cada detalhe do quarto que por uma noite vai ser meu. Odeio os armários, as luminárias, a cortina, a roupa de cama e principalmente as paredes cobertas por tinta desbotada que hora é salmão, hora é verde. Puxo o Bukowski do criado mudo esperando esvaziar-me do presente, da fantasia, do quarto do hotel, mas o efeito é contrário à vontade. É tanta sujeira, tanto desejo que me vejo novamente fantasiando com tal bigode no quarto deste velho hotel. Então acrescento um bigode a Henry, personagem do livro e ele (o dono do bigode) se torna o Henry da minha história. Também sou eu, todas as mulheres que ele deseja ter; e toda vez que no livro ele as toca, eu me sinto tocada, amada, beijada. Cada vez que ele se cansa eu mudo, mas assim como no livro suas mulheres são todas uma, minha essência ainda é a mesma. Eu ainda sou a mesma. Enfim eu tenho os tais pensamentos que desde o início vinha tentando evitar. Mas tudo bem, estou ficando conformada de que certas coisas simplesmente não são possíveis de se limpar.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Cá estou. Encarando o céu na sua beleza depois da tempestade. Aqui parada eu penso em você e no jeito que me faz chover; como sacode tudo por fora e faz vir o frio aqui bem na minha barriga. Quando tu viras sol, chuva, arco-íris e o pote de ouro no final de tudo. Então cada ausência tua é como as gotas de chuva que enfeitam minha janela. Gotas que com o cessar da chuva escorrem, evaporam e ensaiam nunca terem existido.