segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A chuva aqui é para lavar.

Estou tentando, de verdade.
Quem sabe se você não fosse tão relâmpago (tão atraente e assustador) tudo isso seria mais fácil.
Cada vez que teu nome é pronunciado sinto aquele choque. Dá vontade de chamar você de meu.
É aí que vem o choque de realidade. O balde de água gelada (daquela que chega a doer).
Nada do que passei foi tão doce quanto nos textos.
Mas já faz dias que não sinto as gotas de chuva no meu rosto.
Pura ironia.
Vontade de chorar, só para combinar com a chuva lá fora.
Eu estou seguindo em frente, deixando que as gotas de chuva lavem minha alma.

Não é você, o problema sou eu - e a chuva em mim.

domingo, 17 de outubro de 2010

Lucidez matutina.


Eu espero o amanhecer como alguém que espera a vida começar.

Hoje, eu espero torcendo para o amanhã chegar.

Um dia eu torci para a noite ser mais longa,
mas hoje eu só peço,
passa dia!

Que é para a dor também passar.


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A quem possa interessar.

Talvez já tenha ultrapassado a quinta ou sexta vez que encaro esse espaço em branco nessa página da internet. Decidi então que iria escrever tudo o que viesse a mente e tentaria dizer a você (mesmo que sem sentido e coesão) tudo o que se passa em mim, embora a certeza de que você não venha a ler isso me dói um pouco aqui dentro.
Voltei depois de algum tempo, não muito longo, apenas longo o suficiente. Vim dizer para você que passou, que as lágrimas já não molham meu travesseiro na calada da noite. Dizer que por vezes tive vontade de chamar você de volta para mim, mas que ela logo me escapava. Assim como a chuva passa no dia de calor, como o que tivemos eu julguei ser amor, tudo passou. Meu conto de fadas, em que você me prometeu um príncipe - e por mais que nós dois neguemos você foi ele o tempo todo. Até quando você riu dos meus medos não me fez sentir frágil, me fez sentir segura. Como se não bastasse e contrariando sua vontade, você não foi cometa, não foi passageiro, não foi por um instante. Você foi meu Sol, amigo, foi meu chão, senhor dos meus sonhos.
Tudo sincero demais, intenso demais, insaciável demais e, talvez, rápido demais. Pelo menos para mim.
Cheguei a me questionar, tentando entender o que eu havia feito para perder-te assim tão facilmente. Para sempre. Promessas me ataram a ti assim como um barco se prende ao porto e todas as minhas tentativas (frustradas) de me afastar faziam com que eu no fim, voltasse para você. Como se meu barco não fosse livre e o oceano possuísse trilhos que me davam uma falsa sensação de distância e liberdade. Alguma coisa aconteceu dentro de mim. Me fechei aqui e quis provar que eu era boa o suficiente para você. Fiz papel de tola. Isso tudo não foi em vão. Virei boa o suficiente para mim, para não ser mais dependente do teu afeto - talvez nem tanto, quem sabe apenas o suficiente para mentir pelo tempo necessário.


Agora tudo passou, tudo quebrou, tudo curou.

Ou quase tudo.