domingo, 25 de dezembro de 2011

Eu, você e o bom velhinho

Eu nunca fui de fugir do clichê. Portanto não se espante em saber que essa noite irei dormir desejando desembrulhar você na manhã do dia vinte e cinco de dezembro. Eu sei que provavelmente não irei encontrá-lo deitado em baixo do meu pinheiro de natal, mas sonhar nunca é demais e você bem sabe o quanto eu venho sonhando com você nos últimos (muitos) dias. Semana após semana eu pedi ao Pai do céu que ele fizesse os dias correrem. Para que apesar dos teus 'se', nós pudéssemos nos encontrar e enfim darmos o abraço que a distância não nos permite. E tudo ainda revira aqui dentro, cada vez que tu falas da possibilidade de encontrar você. Mas eu acho que me comportei bem esse ano, ainda mais depois que te encontrei. Por isso na minha cartinha ao bom velhinho eu não pedi por presente algum, só a tua presença. É isso aí eu vou abusar do clichê mesmo, tudo o que eu quero de natal é você!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011


Nessa noite o que eu mais queria era dormir em teus braços, ouvindo tua voz susurrando meu nome ou qualquer um dos trocentos apelidos que você já inventou. Eu queria pelo menos poder te abraçar, te dizer o quanto eu gosto de ti e o quanto você me faz sorrir Se eu pudesse escolher um lugar do universo inteiro para estar hoje a noite (e em tantas outras), eu escolheria estar contigo. Para pegar na tua mão, olhar fundo nos teus olhos, morrer de ri e te abraçar infinitas vezes, só pra ter certeza de que estamos assim tão perto. Mas por hoje me contento com os sonhos, a chuva e o calor dessa cidade. Que por algum motivo é tão distante da tua e me rouba momentos, me fazendo sentir essa saudade daquilo que eu ainda não vivi. 


"E tudo o que eu posso oferecer
São minhas palavras pra você
E tudo o que eu quero te dizer
Eu já cansei de escrever"
(Fresno)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Viva!

Nem tudo parece tão melancólico quanto antes. O sol passou a brilhar de novo lá fora e aí dentro. Então vista a alma das cores mais vibrantes, pinte os olhos de um azul cor-de-céu, verde cor-de-mar e deixe que os cabelos penteados reflitam a luz do dia. E que dia! O melhor dos dias para ser feliz, porque a felicidade já não depende da feira de hoje. Segunda, terça, quarta, quinta e sexta. Todo dia é feira de alegria, de felicidade, de amor, de saudade. Em dias como hoje sorrisos começam a se tornar familiares, os olhares já não são mais incômodos e abraços parecem ser apenas adequados. Tudo grita viva a vida! Viva intensamente. Ame, cante, vibre, seja, abrace, grite, pule, cative! Porque a vida é apenas uma e ela é curta. Então vá em frente e viva tudo o que tiver pra viver, agarre todas as oportunidades.De quê vale a vida, se não para ser vivida?
Tá esperado o quê? Corre lá e comece a viver!

Até quando?


Desculpa se te assusto com a minha atitude, mas diante de teus lábios não vejo como resistir. Ter-te assim tão perto, com cheiro e palavras tão doces só torna tua boca mais tentadora. A tua presença provoca minha vontade de encostar meus lábios nos teus. Eu luto contra o desejo e tento me controlar, mas teus olhos tem tanto mistério que parecem até me enfeitiçar. Eu me vejo implorando pelo teu beijo. Perdida no brilho dos teus cabelos, refletida nos teus olhos.

-Por quanto tempo ficarei (só) na ânsia de te beijar?

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Efeito do Afeto

Ele nem precisa me beijar pra me enlouquecer, o simples contato com aqueles olhos dele já dá pane nos meus sentidos. Ainda mais quando ele me abraça, minha respiração fica pesada e a mente inebriada do cheiro, do toque, do choque. 
Ah ele sabe mesmo como me transtornar com bem menos do que um beijo. Não sei se culpo as palavras que ele fala, as músicas que ele ouve, suas cutucadas, seu sotaque, suas manias ou a incrível habilidade que ele tem de me deixar sem jeito. 
Eu sei é que eu gosto de como ele me acaricia com os olhos, sutilmente, na frente de todos sem ninguém ao menos desconfiar. Eu gosto de como ele (acha que) prevê minhas ações e se surpreende cada vez que eu fujo do protocolo. Gosto de como ele provoca, me chamando de mentirosa, pipoca e piegas. Gosto até quando ele finge não saber que cada palavra é única e exclusivamente escrita pensando nele. Ele finge que me engana, eu finjo que acredito. E assim eu venho assistindo esse afeto crescer de longe, de mansinho. Venho convivendo com a reação do meu corpo à presença dele, às palavras dele, às memórias, aos sonhos. 
Por isso, digo com certo pesar que aqueles lábios nunca beijei. 
Mas se só em me olhar ele já me alucina de tal maneira, tenho até medo do que seus lábios possam fazer...


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Invisível

Desculpa se me despeço cedo. É que tu inundas tanto meus pensamentos que fico até constrangida. Então me perdoa, se eu te desejo uma boa noite, te beijo a face virtual e me faço invisível. Perdoa as noites que eu passo em claro, pensando em como te dizer tudo aquilo que na tua presença eu não consigo. Desculpa se evito a cama gelada, espaçosa, vazia; refúgio dos sonhos em que nós somos e tu me tomas em teus braços e me dedilhas com a mesma paixão com que tocas teu violão. Chego a ficar sem saber se tu me levas a sério nessa história de querer-te perto. Só até que tu me chames por qualquer um dos apelidos que tu já me destes, mandes eu me cuidar e prometes me encontrar perto daquela ponte que já chamo de nossa. Onde agora, tu me esperas provavelmente.
Enquanto eu escrevo pra ti tudo aquilo que não consigo falar.

Cheia de você.

                                                                                          weheartit

Como pode ser possível que tu tenhas essa sede toda, exatamente quando o meu maior desejo é me esvaziar? Eu ando tão cheia que meu eu tem transbordado. Agora eu me vejo em todo lado e em cada canto. Falta um tanto de você aqui. Então só por hoje eu não me importo, meu bem. Que tu te embebedes, que tu me bebas, gole depois de gole, gota após gota. Até que eu esteja metade cheia, metade vazia. De você, de mim.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Doce ilusão

Texto empoeirado escrito em 14/06/2011.

Ele mirou para o céu e prometeu que me levaria para ver a lua. Eu me entreguei, nem palpitei no caminho e fiquei ali, estática, capturando cada momento. Ele parecia ter planejado tudo, muito tempo atrás. Mas eu nem pensei em questioná-lo. Eu sabia que cada volta que as rodas faziam era em direção à felicidade e ser feliz ao lado daquele homem era algo muito além de tentador. Um lugar encantador, estrelas no céu, o luar e os carros tão pequenos lá distantes. Ele me aqueceu a alma, beijou a boca, acariciou meus cabelos. Apesar de me chamar de amiga naquela noite ele me amou, como nunca antes e como nunca mais.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Vivo de sonhar

Explico aqui a razão dos cinco minutos extras que imploro toda manhã.
O porquê de tanto sono, o motivo das minhas noites durarem mais do que deveriam.
São estes sonhos que venho tendo.
Que me dão a chance de viver momentos perdidos.
Ultimamente eu sonho querendo ver uma vez mais teu rosto.
Nesses sonhos eu nem penso em acordar.
Pelo menos não até que eu forje um toque, um beijo, um cheiro.
Enquanto isso eu adio a manhã. 
Porque a noite me traz você, diminui as distâncias.
Fica aqui, então.
Só agora, só mais cinco minutinhos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O adeus que eu não disse.

Eu precisava vir aqui e te contar que eu nunca soube dizer adeus. Detesto despedidas. Porque o não estar dói mais do que o não ter. E tenho estranhado demais essa ausência tua ao meu redor, mas ainda assim você consegue estar mais presente do que nunca. Nos meus livros, nas músicas, suspiros, filmes, tardes solitárias e outros negócios. Teu rosto não me sai da cabeça, tua voz ainda ecoa em meus ouvidos. Apesar da distância tu ainda me deixas sem graça, logo eu, que sempre me achei tão segura de mim. Volta e meia eu me vejo perguntando porquê. Por qual motivo teria meu corpo adiado essa reação? Porque deixou que eu descobrisse  agora todas as coisas que me ligam mais e mais a ti? Será que tu também sentes assim, guri? Talvez tenha sido por isso que eu evitei o adeus, sabe? De alguma forma eu sabia que eu precisaria te ver de novo. Assusta, o não estar e essa tua ausência berrando todo dia. Eu sei que em breve tu virás e acalmarás tudo. Eu sei, o breve nunca pareceu tão distante.
Eu sei  que mais nada faz sentido,
mas sabia que você me entenderia.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Na dúvida arrisque evitar.

A vontade e a dúvida imperavam na mente de Paco. Havia sido apenas uma troca inocente de olhares, mas existia algo nele que não se sentiu satisfeito com aquilo. Quis seguir, conhecer, cativar, tocar. Era algo desesperador, como se a vida dependesse daquela convivência. Achou ter perdido a razão. Nunca havia passado antes pela sua cabeça querer alguém assim. Tampouco alguém que fosse assim. Pensava no que iria dizer aos pais, como iria explicar, mas nada lhe soava sensato. Com certeza iriam achar tratar-se de uma piada de mau gosto ou de uma provocação qualquer. Talvez procurariam ajuda médica ou religiosa ou quem sabe o deserdariam. Normalmente ele seguiria em frente, mas aparentemente a última gota de juízo que lhe restava começara a surtir efeito. Na dúvida ele preferiu não arriscar e deixou a vida passar levando consigo a chance de ser inexplicavelmente feliz.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Só isso

Por hoje me bastaria teu calor, tua presença, teu abraço, teu piercing no nariz e teu pequeno rabo de cavalo. Me bastaria um elogio, tua pele bronzeada e os olhos penetrantes. O arranhar da tua barba, a cócega dos teus beijos. Me bastaria um canto, qualquer que fosse, desde que fosse contigo. Onde eu não teria de pensar no depois e pudesse viver o agora. Porque nosso tempo parece curto demais e a distância infinita. É por isso que hoje me bastaria tua voz, teu sotaque, tua respiração pesada em meu ouvido. Me bastaria ficar ali, estática sentindo teu cheiro e aproveitando cada minuto. Me basta apenas que você seja essa fuga da realidade que insiste em me fazer tão bem.

domingo, 21 de agosto de 2011

Essa manhã eu acordei meio extremista.
Bagagem trazida dos acontecimentos da noite passada.
A vontade é de te pegar pela camisa e gritar bem na cara.
Que eu ando meio cansada e a culpa é tua.
Eu estou exausta e sem tempo pra esses teus joguinhos.
Tem tanta vida me esperando lá ou logo ali.
Tanta gente me prometendo amor por aí.
Mas antes de eu decidir eu quero que você se decida.
É a tua palavra que vai me deixar partir.
Me ame ou me deixe ir.

sábado, 13 de agosto de 2011

Morena Marina

Sem dificuldade alguma ainda consigo lembrar daquele sorriso, a pele morena e os cabelos negros emoldurando um rosto tão encantador quanto a personalidade. Quem diria que eu viajaria mil quilômetros e ela tantos mais para que pudéssemos ser amigas? Mal sabia de onde vinha aquela menina a qual fui apresentada numa tumultuada fila de um evento universitário. Obra do acaso ou não, dentre os tantos cantos do país tivemos a sorte de sermos da mesma região e além disso compartilharmos tantas semelhanças, sonhos e um amor pela cidade maravilhosa. Marina que deixa o porto mais alegre, a menina sereia, aquela que vem do mar, do olhar sincero e abraço apertado. Hoje, apesar da distância como um negrinho comemorando seu aniversário, sua maioridade, sua vida, celebrando nosso encontro. A minha sorte grande foi te econtrar, guria. Essa foi sem dúvida, a primeira de muitas aventuras. E nós vamos longe sabe amiga? Assim eu espero. Que hoje (e amanhã e depois) seja um dia lindo, abençoado e cheio de alegrias. Mesmo longe eu não me esqueci de ti e é por isso que meu pensamento, hoje, está aí contigo.
Para a gaúchinha que eu gosto à fú.
Feliz aniversário Marina!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Deixa assim

Ele foi assim, entrando na minha vida como quem entra sem bater e eu nem liguei, mas ele foi me cativando, me ganhando, me roubando. Eu tive medo; de sentir todas aquelas coisas de novo, de ter aquele frio na barriga, de conviver com aquela incerteza e decidi que eu ia (pelo menos tentar) fazer tudo diferente dessa vez. Mesmo com medo, eu deixei que esse sentimento nascesse aqui dentro e tratei de separar bastante espaço para que ele pudesse crescer sem me machucar. O carinho cresceu feito maria-sem-vergonha, tomou conta de tudo, de mim. Desde então minha boca já não é mais a mesma sem a dele e a minha pele grita cada vez que ele está perto mas longe. E toda vez que faz frio (e calor) eu sinto vontade dele perto (bem perto), me beijando, misturando seu perfume ao meu, me aninhando em seu colo, me afogando em carinhos. Mas ainda assim eu não chamo de amor e nem acho que seja. Porque eu me lembro de todas as vezes que pensei ser amor e então acabou e doeu e secou. Então deixa assim, sem rótulo, sem nome. Deixa assim minha mão na tua, teu corpo no meu e o afeto em nós.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Adeus você...

Eu dei tchau para o rio, para as casas, para os ipês e para o frio, mas foi de você que eu me despedi hoje. Com dor no coração. Sem saber o que vai ser de mim, de você, de nós. Eu quis te levar comigo, mas o peso era demais pra eu te carregar e eu preciso ser leve para poder voar, sabe bonito? Então eu me despeço, por enquanto, por hoje. Logo a gente se encontra num sonho, em um olhar, numa lembrança ou num riso solitário. A gente nunca foi muito de planejar nossos encontros, até quando a saudade apertava e o desejo chegava a doer. Nós vamos sobreviver, mesmo que doa tanto que seja difícil de respirar, doa tanto que nos encontraremos em outros corpos e a saudade aperte até o coração parar. Porque eu volto logo e aí tudo volta ao seu lugar. Então amigo, deixa doer. Que é pra você sentir o mesmo que eu senti no instante que me despedi de você e fazer valer essa minha pressa de voltar.


Na fria manhã do dia cinco de julho eu me despedi.

domingo, 3 de julho de 2011

Sem saída.

Eu não sei se te avisaram, mas agora não tem mais volta. Sempre fui assim sonhadora, exagerada, descuidada e você fez com que eu acreditasse nesse meu mundo imaginário, intocável, infinito, imaculado. Eu te conheci, eu cresci e você esteve ali - o tempo todo. Eles esquecem de nos mandar uma carta, um sinal, uma notificação dizendo que a partir daquele instante não tem mais volta. Por isso eu não sei bem quando foi que eu entrei nessa rua sem saída chamada nós. Rua que parece sem fim, cheia de curvas, subidas, descidas e um retorno que não me leva para o início. Eu me perco toda vez que eu encontro você. Toda vez que entro na nossa rua e reclamo do frio e corro e beijo e chamo de nosso o teu cheiro. Nos últimos dias você entrou na onda da cidade, e destruiu toda a rua, teve o cuidado de esburacar cada centímetro e mexer na merda do esgoto. Foi o caos e todos diziam para eu sair dali, procurar outra rua mais cuidada, pronta para mim. Mas eu nunca fui de fugir sabe? Muito menos de abandonar. Quando eu gosto é pra valer. Então nunca espere que eu diga que não importa ou então que vou resolver as coisas com um telefonema, uma mensagem ou uma conversa casual naquele programa de três letras. É por importar que eu vou te olhar nos olhos, isso sim. Pra ver se você tem coragem de dizer que tava precisando mexer na merda, arrumar a rua e que eu não tinha nada que estar lá. Pra ver se você assume de uma vez que isso tudo foi por medo de gostar sozinho e não saber se na primeira oportunidade eu iria escapar. Eu quero entender ou ao menos tentar, mas eu preciso mergulhar nos teus olhos de aquário e sentir a verdade nas tuas palavras enquanto me afogo nelas.
assim pra eu recapar a tua rua,
encontrar minha vaga
e botar nosso cheiro de volta por lá.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Muito A Ver

Eu nunca tive muito a ver com ela. Ele nunca fez muito o meu tipo.
Não sei se você entende... Não estou dizendo que ela era estranha, nem feia. Longe disso, na verdade. Olhando pra ela, você percebe que nem teria porque ela ser de outro jeito. Eu só não tinha muito a ver com ela. O caso não é não gostar dele, sabe? É que tudo nele é diferente do meu cara ideal. Os cabelos, os olhos, a boca, as manhas, a voz, a altura, os gostos e até mesmo o tamanho das mãos. Nada nele justificava a primeira aproximação porque ele não era exatamente o meu tipo.
Eu já pensei muito sobre isso, mas eu continuo vendo que não tenho muito a ver com ela. Talvez seja essa mania dela, de acordar durante a noite e não virar o edredon para ficar com a parte mais gelada dele, mesmo no verão. Ou talvez ainda, seja porque ela ache muito blasé assistir filmes de comédia romântica ou atender o telefone só pra ouvir eu dizer que gosto dela. Outro dia, ela nem quis andar de mãos dadas, disse que ela preferia sentir o vento passando entre os dedos. Quis muito entender o porquê de eu o ter escolhido, mas nada fazia muito sentido com ele por perto. Durante o verão eu notava que ele me observava dormindo. Nunca entendi porque, mas eu preferia não me mexer (e por vezes morrer de calor) só para que ele não percebesse que eu sabia desse hábito dele. Eu sempre quis me mostrar forte perante ele. Evitando portanto inúmeras vezes seus convites para assistir comédias românticas, andar de mãos dadas e também suas ligações no meio da noite; eu sabia que era uma estrada sem volta e me apaixonar e criar laços não estava exatamente nos meus planos.

Eu nunca tive muito a ver com ela. Ela é fanática por aquele all star branco de cano baixo, não importa quantas vezes eu tente falar pra ela que ele é feio. No começo, era até difícil a gente ter o que conversar. Falar sobre filmes, livros e até músicas sempre virava um festival antagônico... Eu queria tirar férias e levar ela pra passar uma semana em Londres, no frio. Ela queria fugir do trabalho pra passar uns dias no Havaí, no verão. Ele nunca fez muito meu tipo assim como nunca gostou do meu tênis favorito, aliás o tênis era apenas umas das nossas várias discordâncias. Frio, calor, doce, salgado, longe, perto, sol, chuva, Europa, América do Norte. Nada de semelhante, nenhuma coincidência, nada que fizesse muito o meu tipo.
Ela sabia que eu nunca tive muito a ver com ela, mas ela fingia que não ligava e eu também não. Meu beijo, nunca teve muito a ver com ela. Enquanto eu não queria parar de beijá-la nunca, ela pedia pra eu parar porque ia se atrasar pro trabalho. Eu realmente, não tinha muito a ver com ela. Ela insistia pra eu ficar sem camisa de manhã, quando acordava, e eu sempre tentando me trocar pra trazer o café dela.
Ele sabia que não era o meu tipo, mas fazia de tudo para compensar isso. Por algum tempo eu continuei resistindo aos seus beijos e carinhos, mas eu sabia que não havia mais para onde fugir e que eu nem sequer cogitava essa possibilidade. Quando me dei conta já queria decorar, conhecer e sentir cada centímetro da pele dele, os sonhos, os medos, o brilho dos olhos, seus sorrisos e suas lágrimas. Eu já não sabia mais qual era o meu tipo.

Mesmo não tendo muito a ver com ela, eu e ela temos tudo a ver... Juntos. E pensando bem, até nisso, eu não tenho nada a ver com ela. Enquanto ela gosta de mim, eu teimo em gostar dela.



Esse texto foi mais uma parceiria com o querido Humberto do blog Utopia!

sábado, 7 de maio de 2011

Você sabe e eu sei, mas ainda posso escolher no que acreditar.

Você me encara enquanto me tira do sério com o mais convincente olhar de "fica tranquila, somos bons amigos".
Não entendo porque eu fico assim, deve ser por acreditar em você. Afinal, sei que somos bons amigos. Não sei dizer há quanto tempo, mas sempre me pareceu suficiente. Talvez até para acrescentarmos esse "bons" à definição da nossa amizade. Somos bons juntos, ousaria até dizer ótimos, não há como negar.
Estou perdida em devaneios, mas você continua a me olhar quase como quem quer me acalmar, me alertando do que está por vir. Falamos coisas sem sentido (para variar) e quando vejo seus lábios tocam os meus, por uma fração de segundo e então tudo para. Num ato meio desesperado (como quem tenta se recompor de um tapa na cara), sorrio simpaticamente e ensaio mentalmente o próximo passo. Fugir? Tocar no assunto? Fingir um desmaio? A sensação foi de que fiquei horas correndo atrás de uma resposta, embora não tenha chegado a lugar algum. Não fiquei nem um pouco surpresa quando vi que você parecia saber exatamente o que fazer.
É que você sabe que me tira do sério quando me encara com o mais convincente olhar de "fica tranquila, somos bons amigos".

Sabe? Dessa vez eu não acreditei.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

-Não foi só um beijo. Não pode ter sido um beijo.
-O que diabos significa um beijo?
-Tudo.
-Nem tanto.
-Eu quis habitar aquela alma!
-Eu só quis ver no que ia dar.

Desejo, ilusão e um beijo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pessoas, bumerangues e o amor


Para todos os meus bumerangues.


Ouvi alguns anos atrás uma teoria de que pessoas são como um bumerangue. Você só tem que saber como lançá-lo e aconteça o que for ele voltará. De certa forma eu acredito na tal teoria; já que o universo está em constante movimento, cruzando histórias, unindo pessoas, afastando-as e ironicamente armando reencontros. Às vezes é esse tempo distante que une ainda mais duas pessoas, independente de o sentimento que as liga ser amor ou amizade. A saudade e o afeto fazem com que elas voltem como bumerangues e talvez até faz com que resolvam ficar um pouco mais até que chegue a próxima vez de se afastarem. É a distância que faz amar. É beijar alguém e ter aquela sensação de "tá tudo errado". É fazer uma brincadeira e ela não causar o mesmo efeito que causaria se fosse com aquele alguém que tão bem te conhece. É estar sozinho, acompanhado, feliz, triste e pensando em uma pessoa apenas.

Amar para mim é isso.

É na ausência perceber a presença do afeto;

Na ausência torcer para o bumerangue voltar logo

E resolver ficar de vez.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Procuro por mim, em alguém.

Às vezes eu me pergunto onde é que foi que eu me perdi de você. Onde foi que a minha mão se soltou da tua. Onde foi que os abraços se tornaram raros, as conversas silenciosas e o contato mínimo. Talvez eu tenha me perdido num corredor de supermecado, nas festas de outubro seguidas de confissões traumáticas ou então num ato impulsivo. Quem sabe eu tenha me perdido tantas vezes que nem saiba mais onde estou. E aquilo que costumava ser meu lugar comum esteja longe demais para que eu o encontre agora. Palavras não surpreendem, beijos não me prendem e nem os dias chuvosos são mais tão amigáveis, carregam lembranças demais. Confesso que queria mais dias de sol e vento para aquecer a alma e levar pra longe todo o amor que vivia aqui, mas aparentemente moro num lugar que faz questão de favorecer tudo aquilo que luto para esquecer.

E eu vou vivendo, até que encontre outro alguém de braços que me caibam quase como feitos sob medida, que lembre de mim até a um oceano de distância, que me dê beijos de tirar o fôlego, que me distraia com bobeiras e me chame de meu amor. Não porque se acostumou a minha presença, mas porque a verdade é bonita demais para ficar escondida.

Eu sei que uma hora eu vou me encontrar,
perdida em alguém.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Para um amor de amigo

Esse charme do jogo da conquista me causa certa inquietação. Um arrepio antes mesmo do toque, o sorriso apenas numa troca de olhares e um suspiro em pensar no que está por vir. Aprecio numa intensidade louca quando ele me paga nos braços, ainda que de forma cautelosa para que eu não me sinta invadida. Me delicio ao ouvir ele falando meu nome ou substituindo-o por um apelido carinhoso. É que a voz dele assume um tom único quando direcionada para mim, assim como seus olhos ficam ainda mais encantadores. E eu nem me esforço para ter dele atenção, porque ele já é atencioso em sua essência. Até mesmo quando interrompe uma conversa se mostrando um pouquinho ciumento. O que espantosamente, me agrada; assim como as muitas semelhanças. Sem falar das sutis gentilezas que eu finjo não perceber, mas que por dentro alegram meu dia. Foi então que da paixão descobri que o começo é minha parte favorita. Quando a gente gosta, é amigo, quer bem e não sabe a hora de dar o próximo passo. Quase como se um beijo não fosse tão importante. Quase como se um beijo pudesse estragar tudo. Coisa que eu vou confessar, duvido muito que tenha como estragar.
Porque estamos redefinindo o amor, a amizade
e o que quer que exista entre eles.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Te espero logo aí.

Às vezes a minha única e mais egoísta vontade é que você existisse, aí fora tão intensamente quanto aqui dentro.
Queria ouvir meu nome saindo da tua boca com todo teu afeto.
Queria que você me amasse tão declaradamente quanto nos meus sonhos.
Que me beijasse o rosto e afastasse o estresse num dia ruim.
Me abraçasse como se estar comigo fosse o melhor dos motivos para comemorar.
Que brigasse comigo e depois se desculpasse com sua melhor cara de coitado.
Mais do que tudo queria ser tua melhor amiga, saber como foi seu dia, o que te fez sorrir.
No fundo eu espero que você esteja me encontrando, nos teus pensamentos, no meio dos teu livros, numa gota de chuva ou até num gole de cerveja.
Porque eu estou lá, te esperando e eu não planejo ir a lugar algum.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Surpresa!

Hoje você me abraçou forte e tudo aqui dentro girou.
Foi algo intenso como estar num carrossel quando criança.
Intenso como quando meu irmão me pegava pelas mãos e me girava até eu ficar tonta.
Foi uma surpresa, já que de rotina não havia essa demora.
Eu costumava sentir pressa vinda dos teus braços, desajeitados em volta do meu corpo.
Mas hoje não foi assim, foi calmo, espontâneo e fraterno.
E eu desejei nunca soltar o laço que prendia o abraço.
Senti as bochechas corando e o jeito me escapando pouco a pouco. 
Então eu fugi com vergonha e sem coragem de olhar para trás.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Quer saber?

Cansa. Se esforçar, se entregar, amar. Quando tudo é em vão cansa tanto que chega a doer; e eu achando que tinha curado essa dor incessante, mas ela voltou. Talvez por convite de olhos que fizeram questão de desviar dos meus, ou de uma alma inquieta ao se ver a sós comigo. Eu não o quero mal, muito pelo contrário, mas não posso continuar assim. Mal tive tempo de me recompor e sou nocauteada de tal forma. Cada vez fica mais difícil de se levantar, de se recuperar e isso cansa o corpo, a alma, a vontade. Perder alguém nunca havia doído tanto, nunca havia causado tanta aflição. É que o afeto nunca havia se manifestado dessa forma antes de virar amor, sorrateiro assim, amigável assim. Esse afeto que agora temo perder, mas a distância vai aos poucos se tornando parte do dia-a-dia, a ausência vira rotina e os abraços vagas lembranças. Pensar torna tudo mais complicado a medida que transcrito, mas é inevitável. Empresto palavras de Caio Abreu e afirmo que não adianta, no momento que as pessoas se afastam, elas estão irremediavelmente perdidas uma da outra. E eu preciso me curar, mesmo que seja necessário me perder de ti.

É que cansa sabe?

E eu cansei.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Reflexo do corpo é o nó.

 Estou com um puta nó na garganta, quase que proposital. Reflexo desse meu corpo em constante defensiva. Para não te deixar descer e nem sair. É o nó, que sela meu corpo. Para ter certeza de que o que está guardado ali ficará. Mesmo que o aconselhável para minha saniedade fosse te expulsar daqui, te mandar para bem longe. Pelo menos até que eu me recuperasse dessa mania de você, dessa vontade de te ter em meus braços quando você está perto, te chamar de meu e te falar coisas bonitas.
 Pensar em você faz o nó apertar, doer (e teu gosto ainda está ali na boca, só para me fazer lembrar) mas sempre foi assim e eu já devia ter me acostumado. Só não é fácil aceitar. Esperar, menos ainda. Nunca tive paciência e não é agora que vou ter.
 O problema é que eu gosto de você, passei por cima do orgulho, demonstrei isso e apesar de tudo a sua atitude continua a mesma. Tudo tem um limite, eu alcancei o meu. A partir de agora me afastarei. Não é por não te querer bem, muito menos por não te querer. É por gostar muito que te dou espaço, liberdade, tempo e luto contra a vontade constante de te beijar, de te amar e te roubar para mim. 

Faço isso para o meu, para o seu, para o nosso bem; ou apenas para não perder a cabeça de vez.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Desamor

Escolheu o caminho mais longo para chegar em casa. Seus olhos implorando por aqueles na poltrona ao lado fixos na estrada. Quis aquelas mãos nos seus cabelos ou quem sabe com os dedos entrelaçados nos seus. Naquele instante preferia o silêncio, ao invés da música de amor que tocava. Os raios de sol invadiam o carro e faziam tudo ficar mais triste. Triste porque a única forma de amor ali não era correspondida. A reação à declaração não havia sido da forma esperada. Teve choro, susto, raiva. Ficou desapontado (negar seria hipocrisia), mas depois de tudo o que ele havia aprontado para ela sentiu que precisava se desculpar. Ele merecia ouvir aquelas palavras, por mais rudes que fossem. Ele esperava apenas que ela o perdoasse. Parou na frente da casa, aquela do portão de aço, retorcido e pintado de marrom. Desligou o carro e então o silêncio constrangedor prevaleceu. Ainda restava alguma partícula de esperança, perto do retrovisor ou jogada no banco de trás.
Sem se despedir ela saiu, porta afora, levando consigo toda chance de perdão e o pobre coração do rapaz.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Saudades e miragens

Dizem que quando a gente viaja, depois de muito tempo em um mesmo lugar, a saudade demora a bater. Tem chovido muito aqui. Talvez essa água toda tenha amolecido meu coração antes do tempo, antecipando esse sentimento que tenho evitado. Sentir falta de alguém aparenta certa fraqueza, dependência ou sei-lá-o-que e eu sempre me achei forte para essas coisas. De alguma forma não sou, pelo menos quando você é a saudade em questão. Com você por perto eu fico fraca, me falta o ar, o chão me escapa, o corpo todo começa a formigar e em um segundo me vejo ao teu lado. Não fosse o barulho do mar, poderia até acreditar nessas miragens. Desejo mais do que nunca estar aí, contigo.
Independente de onde tu estiveres.




Escrito nas areias de Jaconé na solitária tarde de 03/01/2011.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma História Tão Antiga Quanto o Tempo

{Sky Is Never The Limit - Sophia Cipriani}

Olá …

Por favor, leia.

Faz tempo que a gente não se vê, eu sei, mas é que a saudade ficou maior do que o orgulho e não pude conter a vontade de te escrever. Na verdade eu fui muito egoísta, a ideia de te dividir com outra era mais do que intragável para mim. A nossa amizade era tão forte, tão sólida. A relação de cumplicidade que nós cultivávamos era única. Para confundir com amor não precisei de muito e quando você começou a namorá-la tudo se encaixou. Você e eu pertencíamos um ao outro.

Agora falar isso em voz alta parece até infantilidade minha sabe? Ah, que egoísta que eu fui quando te dei aquele beijo. Eu sei que você sabe que não fiz por mal, mas depois que ela terminou tudo com você eu me senti na obrigação de me desculpar. Te ver sofrer foi o pior castigo que eu podia ter recebido.

Eu espero, sinceramente, que você possa me perdoar. Faz falta o teu sorriso no meu dia-a-dia, as tuas palavras carinhosas e teus conselhos de irmão. A saudade tem sido traiçoeira sabe amigo? A tua ausência está em tudo o que eu vivo, nos livros, nas músicas, nos filmes e até nas estrelas. Que soe clichê, mas espero que possamos voltar a ser o que éramos antes desse mal-entendido.

Espero ouvir de você em breve mas se você preferir não me responder eu entenderei, de verdade.

Com carinho,



{Utopia - Humberto Cardoso Filho}

Oi,

Pra começar, eu queria dizer que não te culpo. Quando eu pedi ela em namoro, uma parte de mim gritava que eu estava te traindo. Mas às vezes nós simplesmente fazemos escolhas inconscientes ou estúpidas… Às vezes, as duas coisas. E pra falar a verdade… Se existe realmente uma linha que separa amor e amizade entre pessoas de sexos opostos, eu acho que nós apagamos ela a muito tempo atrás.

Não foi o meu namoro, e também não foi por causa dele terminar. Não foi o beijo… Eu Acho. Talvez tenha sido o cinema, ou aquele dia que nós andamos pela praia e o sol resolveu se pôr bem na nossa frente… Talvez aquele céu alaranjado tenha nos deixado sem graça. Eu fiquei sem graça.

Eu acredito que só há 2 formas de um homem amar uma mulher. Ou ele é seu melhor amigo e depois se apaixona por você, ou ele primeiro se apaixona por você e depois se torna seu melhor amigo. Eu acho que comigo, as duas coisas aconteceram. Não me lembro de alguma vez ter dito, explicitamente e com todas as letras, que gosto de você. Assim como não lembro de ter te contado as razões do namoro não ter dado certo e, de alguma maneira, agora eu vejo que talvez as duas coisas estejam interligadas.

Você quer voltar a ser o que éramos antes… O que éramos antes?

Eu não sei, e acho que você também não, mas gosto de como era.

Talvez você queira sair pra tomar um sorvete… Morango, não baunilha. Até deixo você colocar confetes no meu, só pra você rir enquanto a gente conversa.

Terça, a mesa de sempre?

Espero que sim.

Com Carinho,









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