sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Quase

Eu quase coube no teu colo e teu cheiro me trouxe paz. Até me deixei pensar a que futuro aquele recorte de tempo nos levaria. Eu vivo nos quase, mas dessa vez... eu fui. Eu fui e nem pensei. Se eu soubesse que tinha espaço para aquilo que eu queria no teu querer, mas... se já passou, ficou pra trás também o que poderia ter sido. Por enquanto, lateja o desejo em sincronia com o tiquetaquear do relógio. Eu quero mais, mas quando vou poder? Eu quero mas talvez eu fuja, com a cabeça afogada em lençóis limpos, cúmplices do impulso. Eu que sou grande, me vejo pequena, diminuída pelas projeções de mim. Dessa vez não tem conserto que não o tempo e o jeito é latejar até ele passe.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Notas de Setembro

.hoje eu vi uma flor dentro de mim.

Eu não entendo o silêncio noturno dos pássaros, já que na noite eu me encontro livre para voar mais longe. Eu não entendo a pressa dos peixes, se é a água que corre por mim. Nem sempre eu arrumo a cama quando levanto, pra ver se os sonhos se demoram mais entre os lençóis. Às vezes eu pulo o escovar do cabelos, para as ideias desembaraçarem sozinhas.

Eu tenho visto poesia na vida, cantado canções esquecidas. Confesso que não é fácil ser otimista, muito menos viver no meu tempo. A vida impõe seus próprios ritmos, vira e mexe nos atropela. Quando os pés tomam os lugares das mãos, a gente entende o recado e passa a observar melhor na rotina aquilo que dá pra mudar. Eu estou em mudança, apesar de ainda não conseguir ver a diferença.

As coisas que eu não entendo, eu observo.
Sei que posso questionar, mas se for poesia eu crio a rima que eu quiser.
O que é do outro, não cabe a mim.
A liberdade vai até onde o respeito permite.