quarta-feira, 16 de março de 2011

Procuro por mim, em alguém.

Às vezes eu me pergunto onde é que foi que eu me perdi de você. Onde foi que a minha mão se soltou da tua. Onde foi que os abraços se tornaram raros, as conversas silenciosas e o contato mínimo. Talvez eu tenha me perdido num corredor de supermecado, nas festas de outubro seguidas de confissões traumáticas ou então num ato impulsivo. Quem sabe eu tenha me perdido tantas vezes que nem saiba mais onde estou. E aquilo que costumava ser meu lugar comum esteja longe demais para que eu o encontre agora. Palavras não surpreendem, beijos não me prendem e nem os dias chuvosos são mais tão amigáveis, carregam lembranças demais. Confesso que queria mais dias de sol e vento para aquecer a alma e levar pra longe todo o amor que vivia aqui, mas aparentemente moro num lugar que faz questão de favorecer tudo aquilo que luto para esquecer.

E eu vou vivendo, até que encontre outro alguém de braços que me caibam quase como feitos sob medida, que lembre de mim até a um oceano de distância, que me dê beijos de tirar o fôlego, que me distraia com bobeiras e me chame de meu amor. Não porque se acostumou a minha presença, mas porque a verdade é bonita demais para ficar escondida.

Eu sei que uma hora eu vou me encontrar,
perdida em alguém.