sábado, 23 de fevereiro de 2013

Alquimista

O grande problema é que tu tens 
o veneno e o antídoto.
Tu és quem controla as doses 
e me mata e me cura.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dela

Ultimo Romance by Los Hermanos on Grooveshark


Não é como se ela tivesse sumido por completo da minha vida, muito pelo contrário. Parece que ela abriu meus olhos pra tantas coisas, que eu não conseguia ver antes ou que não faziam sentido e agora nelas eu só vejo ela. Ah, a menina da rima amarela, banguela, donzela. Depois dela, foi aí que o mundo se esclareceu, mas agora na ausência dessa luz, a vida tornou-se saudosa. Os dias se arrastam, enquanto eu abro e fecho aquela janela várias vezes. Ensaiando e desistindo de contar as coisas que eu queria, as lembranças que eu tive ou as descobertas que eu fiz. Eu sinto a falta enquanto encaro a janela quebrada, remendada pelas minhas desculpas, marcada pelas coisas já ditas. Eu observo cada vez que ela passa por mim, cantarolando uma nova canção ou folheando um quadrinho novo que emoldure sua personalidade e peculiaridades. Eu sinto saudades e não posso fazer nada a respeito. Eu encaro a janela craquelada pela ausência e só me resta esperar. O tempo dela voltar e me chamar pra reformar com ela a (agora) janela do pesar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Monólogo

Piledriver Waltz by Alex Turner on Grooveshark

Parte I

Eu falo besteira pra disfarçar. Sabe? Quando eu fico nervosa, ansiosa, envergonhada. Eu falo besteira porque é tudo o que eu consigo pensar. Às vezes funciona e parece até uma graça pensada, frase feita. Significa que ainda me restaram alguns neurônios sem vergonha, mas desde que eu conheci esse cara eu ando um tanto quando comovida, introvertida e sem foco. Fazendo elogios e brincadeiras sobre coisas que eu não tinha costume. Ficando sem graça com certa frequência e eu não costumava ser assim.

Parte II
Constantemente eu me arrependo, dos carinhos que entrego sem pensar. Me questiono se 'tá certo, eu aqui me parafraseando, num monólogo infinito; enquanto ele fica lá, se revesando entre risadas e respostas monossilábicas. Eu já nem sei mais se faz sentido, explicar o que se passa aqui; sendo que eu não faço a menor ideia do que se passa ali dentro dele. Então eu me desaponto e choro sozinha mais uma vez. Mesmo sabendo que a culpa é toda minha e dessa confusão que eu virei depois de conhecê-lo.

Parte III
Eu fico insegura, mesmo com a cabeça dele pesando no meu colo, os olhos semicerrados como quem está quase dormindo sem resistir aos cafunés. Até quando ele me abraça sabendo da minha alergia à despedidas e pede pra eu me cuidar.  Mesmo com meu mindinho pegando o dele num gesto precipitado de afeto e principalmente quando ele me olha com aquele jeito "decifra-me ou devoro-te".

Parte Final

Na presença dele eu não sei a coisa certa a dizer, fazer e pensar. Mas com ele perto eu me sinto melhor, apesar de toda a insegurança, eu me sinto completa.