sábado, 25 de fevereiro de 2012

Socorro do sentir.

Eu não sinto mais nada. Nem amor, ou carinho, ou ódio, ou ciúmes, muito menos saudades. Meu coração não é exatamente o melhor lugar para se estar agora. Faz frio, mesmo com o calor que insiste em tentar derreter a geleira que hoje é o meu sentir. Eu me sinto perdida. Como se meu porto agora não fosse mais nem seguro, nem alegre e eu não soubesse o meu lugar no mundo. Tão ruim, esse vazio de mim mesma. Eu nem sei mais como era viver de excessos, com tudo de sobra. Não sinto mais, não lembro mais, eu sequer faço questão. Mas eu preciso muito, desse tempo só, desse tempo meu. Tempo para me reecontrar, me reanimar, me resgatar, ou quem sabe, ressuscitar.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nem amor ou reação.

Vê-la com outro incomodava. Horácio nunca admitiria, mas era uma tortura diária vê-los juntos. Por ironia o acaso parecia favorecer esses encontros desconfortáveis. Era esquisita a sensação que aquela visão lhe causava, a pontada na boca do estômago e o ardor nos olhos. Era estranho ver as mãos dela nos cabelos daquele desconhecido, o rosto bem próximo falando carinhosamente algo em seus ouvidos enquanto ele acariciava suas costas. Quando ele se deparava com tal cena os reflexos lhe escapavam, mal sabia controlar as pernas para tentar ir na direção oposta e a coordenação motora era quase nula fazendo com que esbarrasse e tropeçasse a cada dois passos. Chamá-lo de patético diante deles era gentileza. Era ridículo o quanto Horácio sofria em silêncio, como fingia um sorriso amarelo ao ser percebido pelo apaixonado casal, como chorava ao dar-lhes as costas. Mas ele sabia que um dia aquele sofrimento todo iria passar. Aliás, tinha cer-te-za. Porque se ela era capaz de esquecê-lo e econtrar um novo amor tão facilmente, Horácio também seria.

Já passou, você.

Hoje eu descobri que eu superei você, nós e tudo o que se passou. Foi uma sensação boa. Eu descobri também, que eu não precisava te substituir pra poder ser feliz sem você. Então eu me fortaleci na tua ausência e hoje eu sou melhor, gosto mais de mim. Por isso eu queria te culpar por tudo e aproveitar para te agradecer. Se não fosse você eu não teria essa minha cabeça, não teria sentido essas coisas, não escreveria sobre elas e eu não seria essa pessoa que agora eu sou. Você pode até dizer que tudo o que eu escrevi nunca serviu (e nem vai servir) pra nada, eu não ligo mais. Eu cheguei ao ponto de pensar que o problema era comigo, mas hoje eu sei que é você o problemático. Você não sabe ser fiel nem mesmo com aquilo que fala, com aquilo que você sente e por isso você vive se contradizendo. Reforçando cada vez mais a minha teoria.
O que passou, passou e enfim posso falar de coração aberto sobre o quanto espero que você seja feliz, cresça, aprenda a reconhecer seus erros e que erre menos. Eu superei você, agora é a sua vez de se superar.



Eu vivo encontrando rascunhos e textos 
que nunca dei  a chance de serem lidos,
culpa da dor que eu sentia e parecia infinita
mas agora já faz tempo que não dói mais. 
Então compartilho com quem merece ler,
 vocês.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Contigo, ou não.

Eu fico braba comigo contigo, talvez por uma boa razão ou talvez só por pensamentos bobos, imaturos, sem fundamento. É que eu já sofri, deixei de viver muitas coisas por medo e afastei pessoas por conveniência. Não sei nem, se sei como é que funciona depois que a paixão passa (ou amadurece) e tudo começa a virar rotina, ou aquela palavra de quatro letras que eu me recuso a usar. Até porque não cheguei até lá, nunca, nenhuma vez. E me falta isso, esse sentimento de verdade, por inteiro. Sinto que me falta experiência, tato e um tanto mais de dor. Pra eu deixar de me sentir tão menina, tão sozinha e tão livre. É que essa  liberdade assim em excesso, me assusta! E o frio, que eu jurei por tanto tempo detestar, hoje faz morada em meu coração (ao invés de minha barriga). Enquanto eu, tropical como sempre fui, insisto em usar o aquecimento global e outros fenômenos climáticos como desculpa. A verdade é que eu sou esse caos e me acostumei a viver assim. O que me incomoda profundamente é a calmaria desse sentimento novo, que veio sozinho e sem aviso prévio. Ele me assusta ao mesmo tempo que me fascina. E de repente eu quero mais, quero chegar à próxima etapa e ir passando as fases todas devagarinho, que é pra eu aprender, que é pra eu viver, que é pra eu crescer e me envolver. Com ou sem você.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A mil

Me falam, deixa rolar, dê tempo ao tempo. E eu fiz o mais difícil, te esperei. Até ontem quando te vi. Na hora do abraço fiquei com medo que pudesse sentir meu coração a mil. Então soltei, já que uma vergonha incontrolável tomou conta de mim. É esse embaraço que tua presença traz, reação um tanto quanto nova, confesso. Se você pode mesmo ler minha mente, não sei, mas se pudesse veria que tudo o que procurava naquela hora era algum lugar que eu pudesse me esconder e fugir. Da conversa, da tua ausência e do final daquilo que mal começou.



 Palavras compartilhadas com a doce Stefanie Piaskowy.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

História de verão, mas na verdade não.

Eu soube, assim que ele me puxou para o abraço (um abraço que preenchia qualquer vazio que pudesse existir entre nós). Assim que senti seu coração batendo forte e sincronizado com o meu. Ele pediu que eu me acalmasse, tentando disfarçar o próprio nervosismo. Eu sabia e ele sabia que eu tinha conhecimento disso. Ele sabia que não era só um abraço, mas sim um laço que eu insistia em apertar (Ele sempre sabia tudo. Sabia antes mesmo que eu pudesse entender. Sabia por saber. Sabia por que era óbvio demais). A pressa da boca dele na minha foi tanta que lhe roubei um beijo tímido - esquecendo de toda aquela gente ao nosso redor - e ele o retribuiu. Confirmando todas as minhas suspeitas do efeito do afeto, dos abraços, de seu olhar e dos lábios (um conjunto incrível! Como se as ações transformassem tudo em resto e o resto ficasse fora do nosso alcance). Um temporal de emoções, uma vontade de chorar, de gritar e de rir - tudo ao mesmo tempo. Sendo quem sou, eu ri da barriga encostada na minha, do bigode varrendo minha face e da mania que ele tem de me ler sem me deixar dizer uma só palavra. Mas meu riso só fica completo mesmo, quando ele ri comigo, de mim e por mim. Quando ele me chama de pipoca e diz que não consegue me ver murchinha (e esse é só um dos tantos fofos apelidos). E ri da minha manha, das batidinhas frenéticas dos meus pés no chão, dos meus olhares perdidos ao relógio e das minhas tentativas frustradas de fazer drama (e ri também das manias que adquiriu estando comigo - as batidas em ritmo dos dedos da mão na mesa, o jeito desajeitado de mexer no cabelo, a careta aprimorada de ciúme escancarado). E me chama de So e faz a So-rir, até a bochecha doer e as lágrimas escorrerem. Ele faz minha felicidade transbordar e a transforma em riso e texto e melodia; e nos braços dele eu me permiti ser menina, mulher, pequena e ainda tão grande quanto o tamanho do desejo (Me permiti ser alguém que ninguém mais conhecia. Alguém de corpo, de alma. Alguém que eu só era entre as quatro paredes do meu quarto). São pequenas coisas, assim, que me fazem querer ele tão perto. Que me dão coragem, vontade e ânimo pra seguir a minha vida aqui enquanto o destino decide por nos juntar ou deixar como está. Ele me faz acreditar em todo aquele papo (que eu já não mais acreditava) de gostar de alguém por quem sou quando estamos juntos. Porque quando estou com ele eu sou melhor, sou mais sincera, mais espontânea, mais amável, mais humana, mais e mais dele. Já nem consigo disfarçar o sorriso que minha alma dá toda vez que ele vem e se faz presença e brisa e refresco, no meio de todo esse verão (canção, ação, sorrisão, beijão, paixão). Que digo agora: será pra sempre nosso.



Doces palavras escritas junto 
com minha querida amiga 
Andréia Breiter.
Você pode ler o blog dela aqui.