segunda-feira, 26 de março de 2012

Mentos e cigarro.

Eu posso jurar, mesmo com a distância dos nossos lábios, que ele tem gosto de mentos e cigarro. Apenas pelo olhar de cores frias eu posso sentir o calor de suas mãos e o conforto do seus braços. Mas no meio de tantas pessoas de discursos feitos, eu me vejo mais uma vez sem saber o que falar. Por medo de ser aquela menina que fica sem assunto eu me encontro aqui calada, como uma espectadora de pessoas que escolhem suas roupas e perfumes e esquecem de dar a mesma atenção para as palavras que cospem e vomitam umas nas outras. Eu não falo, não em alto e bom tom, mas posso jurar que ele nota meu olhar, que grita (e procura) por ele. Porque cada vez que meus olhos de terra e fogo se encontram com os de céu e mar dele, o mundo sacode e ele sorri. Só para me mostrar que ainda é aqui o melhor lugar para se estar e que de nada vale viver com a alma distante e o coração nas nuvens. Não sei bem porquê mas esse menino-mar (de palavras doces, mãos quentes e braços como laços) vem inundando meus pensamentos e o relógio mal respeita a maré e a faz ser cheia o dia todo, o tempo inteiro. Eu luto contra a vontade, de verificar se minha suspeita tem fundamento e unir meu lábios aos dele, mas esse jeito dele acalma minha pressa e me dá tempo só para observar.

Mas eu poderia jurar que ele tem
gosto de verão,
mentos e cigarro.

terça-feira, 20 de março de 2012

A janela da fala

Março veio e minhas palavras foram tão poucas, tão roucas, tão tímidas. Eu esperava saber o que dizer, quando dizer. No fundo eu sempre achei que você soubesse, meu bem, o quanto eu gosto de você. Soubesse da importância de cada sonho, de cada palavra e também do peso de cada ausência sua. É difícil conter o saudosismo quando eu me abro assim e viro verbo e sentir e linhas tão cheias de sinceridades escritas especialmente para você. Hoje no lugar onde tua janela costuma ficar, existe um buraco quando você não está. Moldura sem quadro, arco sem porta e todas aquelas coisas que sozinhas não fazem sentido. Sozinha eu não faço sentido. Prefiro (contigo) as implicâncias, as graças e os nossos desajeitados diálogos ou silêncios nada constrangedores. Silêncios que dizem o que eu cansei de dizer e também tudo aquilo que não precisa mais ser dito. Mês que vem, talvez eu fale do tamanho do sentir. Porque as semanas se passaram e eu nem pude te contar de como eu sinto falta dos teus braços que se encaixam perfeitamente aos meus, dos teus beijos que tem gosto de paraíso e do teu riso que intensifica e completa o meu.

Mês que vem talvez eu fale... É, talvez ...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Tolices


Maldito seja o dia em que te conheci. Tua voz encantadora, teu rosto lindo, doce e impecável feito um santo. (?) E falando em santo, baita milagre esse dos santos que se batem e do possível amor à primeira vista. O problema é toda essa urgência que vem junto com o tal do amor e é triste o ponto onde eu ainda me pergunto porque raios comecei a gostar de você. Coração engraçado esse meu, confuso, sonhador e nonsense. Pudera eu não beber tanto a ponto de confundir as ideias, distorcer a realidade e misturá-la com um sonho que parece não ter fim. Não são raros os momentos em que eu me pego desenhando corações e fazendo planos para um futuro que não me pertence. Eu me sinto tola, assim de colo vazio, com todo esse espaço que pouco foi teu, me sufocando. Essa presença de você em tudo o que eu faço, tudo o que eu vejo, em tudo o que eu sinto.  Eu sinto tanto, uma saudade absurda, uma falta imensa, um carinho sem limites e uma esperança infinita, mas e você?


Notas de carnaval: Bloco do Eu (fico tão) Sozinho