segunda-feira, 26 de março de 2012

Mentos e cigarro.

Eu posso jurar, mesmo com a distância dos nossos lábios, que ele tem gosto de mentos e cigarro. Apenas pelo olhar de cores frias eu posso sentir o calor de suas mãos e o conforto do seus braços. Mas no meio de tantas pessoas de discursos feitos, eu me vejo mais uma vez sem saber o que falar. Por medo de ser aquela menina que fica sem assunto eu me encontro aqui calada, como uma espectadora de pessoas que escolhem suas roupas e perfumes e esquecem de dar a mesma atenção para as palavras que cospem e vomitam umas nas outras. Eu não falo, não em alto e bom tom, mas posso jurar que ele nota meu olhar, que grita (e procura) por ele. Porque cada vez que meus olhos de terra e fogo se encontram com os de céu e mar dele, o mundo sacode e ele sorri. Só para me mostrar que ainda é aqui o melhor lugar para se estar e que de nada vale viver com a alma distante e o coração nas nuvens. Não sei bem porquê mas esse menino-mar (de palavras doces, mãos quentes e braços como laços) vem inundando meus pensamentos e o relógio mal respeita a maré e a faz ser cheia o dia todo, o tempo inteiro. Eu luto contra a vontade, de verificar se minha suspeita tem fundamento e unir meu lábios aos dele, mas esse jeito dele acalma minha pressa e me dá tempo só para observar.

Mas eu poderia jurar que ele tem
gosto de verão,
mentos e cigarro.

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