terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Desamor

Escolheu o caminho mais longo para chegar em casa. Seus olhos implorando por aqueles na poltrona ao lado fixos na estrada. Quis aquelas mãos nos seus cabelos ou quem sabe com os dedos entrelaçados nos seus. Naquele instante preferia o silêncio, ao invés da música de amor que tocava. Os raios de sol invadiam o carro e faziam tudo ficar mais triste. Triste porque a única forma de amor ali não era correspondida. A reação à declaração não havia sido da forma esperada. Teve choro, susto, raiva. Ficou desapontado (negar seria hipocrisia), mas depois de tudo o que ele havia aprontado para ela sentiu que precisava se desculpar. Ele merecia ouvir aquelas palavras, por mais rudes que fossem. Ele esperava apenas que ela o perdoasse. Parou na frente da casa, aquela do portão de aço, retorcido e pintado de marrom. Desligou o carro e então o silêncio constrangedor prevaleceu. Ainda restava alguma partícula de esperança, perto do retrovisor ou jogada no banco de trás.
Sem se despedir ela saiu, porta afora, levando consigo toda chance de perdão e o pobre coração do rapaz.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Saudades e miragens

Dizem que quando a gente viaja, depois de muito tempo em um mesmo lugar, a saudade demora a bater. Tem chovido muito aqui. Talvez essa água toda tenha amolecido meu coração antes do tempo, antecipando esse sentimento que tenho evitado. Sentir falta de alguém aparenta certa fraqueza, dependência ou sei-lá-o-que e eu sempre me achei forte para essas coisas. De alguma forma não sou, pelo menos quando você é a saudade em questão. Com você por perto eu fico fraca, me falta o ar, o chão me escapa, o corpo todo começa a formigar e em um segundo me vejo ao teu lado. Não fosse o barulho do mar, poderia até acreditar nessas miragens. Desejo mais do que nunca estar aí, contigo.
Independente de onde tu estiveres.




Escrito nas areias de Jaconé na solitária tarde de 03/01/2011.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma História Tão Antiga Quanto o Tempo

{Sky Is Never The Limit - Sophia Cipriani}

Olá …

Por favor, leia.

Faz tempo que a gente não se vê, eu sei, mas é que a saudade ficou maior do que o orgulho e não pude conter a vontade de te escrever. Na verdade eu fui muito egoísta, a ideia de te dividir com outra era mais do que intragável para mim. A nossa amizade era tão forte, tão sólida. A relação de cumplicidade que nós cultivávamos era única. Para confundir com amor não precisei de muito e quando você começou a namorá-la tudo se encaixou. Você e eu pertencíamos um ao outro.

Agora falar isso em voz alta parece até infantilidade minha sabe? Ah, que egoísta que eu fui quando te dei aquele beijo. Eu sei que você sabe que não fiz por mal, mas depois que ela terminou tudo com você eu me senti na obrigação de me desculpar. Te ver sofrer foi o pior castigo que eu podia ter recebido.

Eu espero, sinceramente, que você possa me perdoar. Faz falta o teu sorriso no meu dia-a-dia, as tuas palavras carinhosas e teus conselhos de irmão. A saudade tem sido traiçoeira sabe amigo? A tua ausência está em tudo o que eu vivo, nos livros, nas músicas, nos filmes e até nas estrelas. Que soe clichê, mas espero que possamos voltar a ser o que éramos antes desse mal-entendido.

Espero ouvir de você em breve mas se você preferir não me responder eu entenderei, de verdade.

Com carinho,



{Utopia - Humberto Cardoso Filho}

Oi,

Pra começar, eu queria dizer que não te culpo. Quando eu pedi ela em namoro, uma parte de mim gritava que eu estava te traindo. Mas às vezes nós simplesmente fazemos escolhas inconscientes ou estúpidas… Às vezes, as duas coisas. E pra falar a verdade… Se existe realmente uma linha que separa amor e amizade entre pessoas de sexos opostos, eu acho que nós apagamos ela a muito tempo atrás.

Não foi o meu namoro, e também não foi por causa dele terminar. Não foi o beijo… Eu Acho. Talvez tenha sido o cinema, ou aquele dia que nós andamos pela praia e o sol resolveu se pôr bem na nossa frente… Talvez aquele céu alaranjado tenha nos deixado sem graça. Eu fiquei sem graça.

Eu acredito que só há 2 formas de um homem amar uma mulher. Ou ele é seu melhor amigo e depois se apaixona por você, ou ele primeiro se apaixona por você e depois se torna seu melhor amigo. Eu acho que comigo, as duas coisas aconteceram. Não me lembro de alguma vez ter dito, explicitamente e com todas as letras, que gosto de você. Assim como não lembro de ter te contado as razões do namoro não ter dado certo e, de alguma maneira, agora eu vejo que talvez as duas coisas estejam interligadas.

Você quer voltar a ser o que éramos antes… O que éramos antes?

Eu não sei, e acho que você também não, mas gosto de como era.

Talvez você queira sair pra tomar um sorvete… Morango, não baunilha. Até deixo você colocar confetes no meu, só pra você rir enquanto a gente conversa.

Terça, a mesa de sempre?

Espero que sim.

Com Carinho,









Sky Is Never The Limit & Utopia

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