domingo, 26 de novembro de 2017

12 de julho de 2016

Acho que no fundo, eu esperava que você se sentisse mal por isso tudo. Queria que você se arrependesse do que fez, comigo, com o que existia entre nós dois. Por algum motivo, que eu não entendo ainda, você não sente nada, não se sente mal, nem arrependido. Assim como você apareceu na minha vida, você escolheu sair dela também. Sem escolhas da minha parte, dessa vez. Eu lutei, contra a necessidade de te deixar para lá, mas talvez agora seja a hora de esquecer e seguir em frente ou em qualquer direção que eu não veja você.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Quase

Eu quase coube no teu colo e teu cheiro me trouxe paz. Até me deixei pensar a que futuro aquele recorte de tempo nos levaria. Eu vivo nos quase, mas dessa vez... eu fui. Eu fui e nem pensei. Se eu soubesse que tinha espaço para aquilo que eu queria no teu querer, mas... se já passou, ficou pra trás também o que poderia ter sido. Por enquanto, lateja o desejo em sincronia com o tiquetaquear do relógio. Eu quero mais, mas quando vou poder? Eu quero mas talvez eu fuja, com a cabeça afogada em lençóis limpos, cúmplices do impulso. Eu que sou grande, me vejo pequena, diminuída pelas projeções de mim. Dessa vez não tem conserto que não o tempo e o jeito é latejar até ele passe.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Notas de Setembro

.hoje eu vi uma flor dentro de mim.

Eu não entendo o silêncio noturno dos pássaros, já que na noite eu me encontro livre para voar mais longe. Eu não entendo a pressa dos peixes, se é a água que corre por mim. Nem sempre eu arrumo a cama quando levanto, pra ver se os sonhos se demoram mais entre os lençóis. Às vezes eu pulo o escovar do cabelos, para as ideias desembaraçarem sozinhas.

Eu tenho visto poesia na vida, cantado canções esquecidas. Confesso que não é fácil ser otimista, muito menos viver no meu tempo. A vida impõe seus próprios ritmos, vira e mexe nos atropela. Quando os pés tomam os lugares das mãos, a gente entende o recado e passa a observar melhor na rotina aquilo que dá pra mudar. Eu estou em mudança, apesar de ainda não conseguir ver a diferença.

As coisas que eu não entendo, eu observo.
Sei que posso questionar, mas se for poesia eu crio a rima que eu quiser.
O que é do outro, não cabe a mim.
A liberdade vai até onde o respeito permite.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

command+q

Alguns dias eu permito à máquina ser uma extensão de mim. Se ela é ferramenta do criar e expressar, é apenas por reflexo do meu impulso e do querer. Mas no fundo sou eu a ferramenta. Meu querer fala por mim. Eu quero muito e às vezes penso pouco.

N'outros dias, me rebelo e recuso a máquina.

command+w / command+q
Não quero mais depender.
Quero expressar por mim, por pele e suor.
Pelas lágrimas de sentir demais,
por finalmente pensar naquilo que eu tenho evitado.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Foi bom, hoje sei lá

Foi bom ser o tema da tua saudade, dos teus registros, dos sonhos e das poesias. Compartilhar momentos especiais, primeiras vezes e aborrecimentos passageiros. Sobrou a distância e as lembranças do se passou. Sei lá.

Hoje eu tenho novo tema para minhas saudades e promessas de um futuro bom. Me reconheço em quem vejo no reflexo e me orgulho de ter chegado aqui com meu suor, minhas lágrimas e minhas manhas. A Sophia que me sorri de volta, tá bem próxima de quem eu sempre quis ser. Que alívio, que paz. Eu aceitei, a vida acontece aqui e agora. Resolvi dar uma chance para as coisas boas que poderiam acontecer enquanto eu não estou exatamente onde gostaria. Acho que aquilo que estava guardado para mim têm vindo aos poucos, conforme eu vou aprendendo a ser menos apressada. A vida ensina e o tempo ajuda, hoje eu sei.

A gente planta, espera e um dia colhe. Eu sei que as coisas boas que plantei em ti um dia irão florescer, mas já não sei se eu preciso ser quem colherá tuas flores e cores. Quem sabe um dia, tu reconheças um pouquinho de mim naquele que te sorri no espelho e isso te lembre do carinho e daquilo que foi bom. O sentimento ainda é fresco, confuso, mas o embrulho no estômago já não me impede mais de escrever. Quem sabe o tempo surtiu efeito, quem sabe eu tenha deixado para lá. Talvez a distância me permita ser saudável, mas nunca livre do afeto que carrego ao dizer teu nome.