sábado, 3 de novembro de 2012

Eu não sabia mais que horas eram, acho que já passava das sete e eu ainda te observava dormir. Os seus cabelos curtos permitiam que eu visse seu rosto por completo, iluminado pelas cores de um sol que já brilhava lá fora. Era nítido que você estava distante em um sonho bom, colecionando memórias de noites que poderíamos ter tido e até hoje eu não te contei, mas naquele momento você sorria. Então eu mergulhei também, num mundo de perguntas e de coisas que eu deveria ter feito e dito.
Enquanto você dormia eu pensava em tudo o que havia acontecido na noite passada. Te falei baixinho, que teus lábios tem gosto de novidade e me dão sede; que teu beijo é um ponto de equilíbrio entre doce e voraz; e que tu beijas com a intensidade do sol na mais quente tarde de verão. Eu disse também que nunca me importei em ser essa pessoa desajeitada que fala coisas inapropriadas, chora e ri ao mesmo tempo e se entende melhor na bagunça do que num mundo cheio de divisórias. Se eu pudesse voltar aquela noite, te roubaria um beijo a mais, te tiraria a roupa enquanto aquele teu sorriso malicioso surgia mais uma vez no canto da tua boca e observaria tuas bochechas coradas, entregando teu prazer.
Eu me aproveitei do teu sono pra te falar o que eu nunca conseguiria com você me olhando nos olhos. A cabeça cheia não me deixou dormir, mas também não achei justo ficar ali te olhando, invadindo teu sono e sonhos. Por isso te beijei o rosto e parti, sem me despedir.
Hoje, cada lembrança aumenta a saudade e aperta meu confuso coração. Cada sonho que te traz, traz também a eletricidade da tua pele na minha, do teu corpo no meu. A cada mergulho que eu faço, me afogo no desejo de voltar no tempo e reviver tudo o que passou e talvez até construir novas memórias equanto te observo dormir mais uma vez.

Um comentário:

Stefanie Piaskowy disse...

Lindo como sempre soph! saudade <3