segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Tem dias em que ele vem, sem eu sequer precisar pedir.
As perguntas, os assuntos, tudo parece fluir e sequer se vê esforço lá. É apenas certo.
Em alguns dias, sinto que nado contra a correnteza que insiste em nos afastar. Chego a pensar em me entregar e me carregar para alto mar, bem longe de tudo que um dia talvez tenha existido.

Você quer saber, sem fazer as perguntas; ou só aceita que mesmo sem perguntas eu já vá contar. Quem sabe esse meu jeito, entregue, transparente, sem freios seja o grande culpado. Eu senti que conhecia você, mas era você que me conheceu no tempo em que estivemos juntos. Assim quando chegou a hora de irmos para caminhos diferentes, eu não sabia quem estava perdendo, mas você sempre soube quem estava deixando ir.

Eu não sei se o procuro em dias em que ele pede por mim. Não sei se quando olho pra ele vejo só aquilo que um dia me refletiu e mostrou as partes que mais amo em quem sou. Não sei, mesmo, mas cada dia tenho menos força contra a maré, que enche e esvazia meu peito.

Quem sabe é o tempo e quem sabe nosso tempo já se foi.
Quem sabe?

Nenhum comentário: