quinta-feira, 13 de junho de 2013

Eu Sol

 


A menina que senta de frente pro sol, com um chapéu engraçado para dar aos olhos alívio e às palavras espaço, sou eu. Fico pela janela vendo as borboletas voando em círculos, roubando beijos das flores no quintal de concreto abençoado por uma laranjeira, um limoeiro e uma coleção de orquídeas do meu pai. Nessa hora do dia, o sol entra bonito aqui no quarto, projetando as sombras das folhas nas paredes cor-de-rosa cheias de histórias, marcadas pelos anos. Acho graça do jeito como o sol se deita sobre a cama, sobre os morros; acho lindo. Vejo na janela meu reflexo e no reflexo a verdadeira cor dos meus olhos, a dança do caramelo, mel e castanho enebriados pelo entardecer. Agradeço os últimos beijos do amigo sol em meus braços, enquanto o frio vem pouco-a-pouco tomando espaço pela casa. Lá se vai mais um dia e enquanto saio pela rua o sol pinta o céu, com as cores da saudade.

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