terça-feira, 2 de abril de 2013

Sobre mãos, abraços e borboletas

Tessalate by ∆ on Grooveshark

Ele me encarava sério, perguntando:
 - O que há de errado com você?
Pra ser bem sincera, eu não fazia a menor ideia do que ele queria dizer com isso. Incrivelmente, eu tinha pelo menos noventa e três respostas diferentes à essa pergunta. Resolvi tentar a de número dezoito:
 - O meu problema, menino, é que eu já pertenci à muita gente. Então cada vez que alguém me perdia, eu era entregue em novas mãos. Essas mãos deixaram várias marcas e me moldaram por não saberem como me segurar. O que eu quero dizer é que já me entreguei não uma, nem duas, mas algumas (e todas as) vezes. Só que foram poucas aquelas em que tive em minhas mãos, as de quem me segurava. Isso dói, sabe? Quando alguém te segura sem ser pela mão, sem se entregar de volta. Aí apareceu você, com tuas palavras doces, teus mimos e convites. Me deu medo, muito, mas quando senti tua mão na minha, veio uma calma na alma, um conforto sem limites, como sentar ao sol num dia de frio.
Interrompendo minha fala, ele me abraçou como nunca antes. Eu que achava que tinha entendido tudo, descobri algo novo. Não precisava que me segurassem, precisava ser abraçada. Como a borboleta, que fica envolta no casulo até estar pronta pra voar por aí, livre.
 - Aí apareceu você, bonito, abraçando meu mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

AI COMO NÃO É BOM TE AMAR.