quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Nem amor ou reação.

Vê-la com outro incomodava. Horácio nunca admitiria, mas era uma tortura diária vê-los juntos. Por ironia o acaso parecia favorecer esses encontros desconfortáveis. Era esquisita a sensação que aquela visão lhe causava, a pontada na boca do estômago e o ardor nos olhos. Era estranho ver as mãos dela nos cabelos daquele desconhecido, o rosto bem próximo falando carinhosamente algo em seus ouvidos enquanto ele acariciava suas costas. Quando ele se deparava com tal cena os reflexos lhe escapavam, mal sabia controlar as pernas para tentar ir na direção oposta e a coordenação motora era quase nula fazendo com que esbarrasse e tropeçasse a cada dois passos. Chamá-lo de patético diante deles era gentileza. Era ridículo o quanto Horácio sofria em silêncio, como fingia um sorriso amarelo ao ser percebido pelo apaixonado casal, como chorava ao dar-lhes as costas. Mas ele sabia que um dia aquele sofrimento todo iria passar. Aliás, tinha cer-te-za. Porque se ela era capaz de esquecê-lo e econtrar um novo amor tão facilmente, Horácio também seria.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bacanaaaa! me identifiquei hehe continue postando sophis_fofa!